Integrantes das ocupações da região do Isidoro e de movimentos sociais participam de um protesto na manhã desta quinta-feira (6), na porta da agência da Caixa Econômica Federal, na avenida do Contorno, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O grupo quer que a instituição compareça às rodadas de negociação entre os moradores e o governo estadual para discutir a desocupação do terreno onde vivem milhares de famílias.
“Para que a gente avance na negociação, precisamos que a Caixa Econômica participe. Precisamos que eles estejam presentes para ver a possibilidade flexibilização das obras que vão acontecer no empreendimento (no terreno da Granja Werneck)”, explica Charlene Egídio, que representa as ocupações. Segundo ela, apenas o governo estadual, por meio da Cohab, o Ministério Público e Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc) têm comparecido a todas às reuniões Mesa de Diálogo e Negociação Permanente com Ocupações Urbanas e Rurais.
Além da Caixa Econômica Federal, Charlene diz que é preciso que a Prefeitura de Belo Horizonte esteja presente de maneira mais efetiva nos encontros, principalmente para esclarecer como será feito o cadastramento das famílias que vivem na região do Isidoro, no sentido de garantir a moradia para todos. “A gente só precisa de diálogo”, disse.
Trânsito complicado
Os manifestantes chegaram à agência da Caixa Econômica Federal às 8h e fecharam o trânsito no cruzamento entre a avenida do Contorno e a rua da Bahia por volta das 10h. Pouco antes de 13h, o protesto voltou a complicar o trânsito na região Centro-Sul, e os manifestantes foram para a rua Professor Moraes, ocupando uma faixa. O ato causou reflexos nas avenidas Cristóvão Colombo e Nossa Senhora do Carmo, e também na rua Grão Mogol.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 70 pessoas participam do protesto, mas segundo Charlene, esse número pode chegar a 500, já que integrantes das ocupações Maria Guerreira e Maria Vitória - também ameaçados de despejo - devem se juntar ao grupo.
Em nota, a PBH, por meio da Urbel, informou que a centralização das negociações está com o Governo do Estado e que, portanto, não há esclarecimentos a serem feitos pela Prefeitura.
A reportagem de O TEMPO tentou contato com a Caixa Econômica Federal, mas as ligações não foram atendidas.
Atualizada às 13h52.