Por mês, 47 mulheres foram assassinadas em Minas Gerais, no primeiro semestre de 2015. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (31). É a primeira vez que o Governo de Minas Gerais coloca à disposição da sociedade informações sobre a violência de gênero no Estado.
O Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar nas Regiões Integradas de Segurança Pública de Minas Gerais foi produzido pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), vinculado à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e gerido de forma colegiada com a Polícia Civil (PCMG), a Polícia Militar (PMMG) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG).
A base de dados para a pesquisa são os Registros de Eventos de Defesa Social (Reds). O estudo abrange registros de janeiro de 2013 a junho de 2015, com recortes semestrais que permitem a comparação entre iguais períodos desses anos. O perfil das vítimas e o tipo de relacionamento com o agressor praticamente não se alteraram entre 2013 e 2015.
FOTO: Secretaria de Estado de Defesa Social |
Mais de 70% das vítimas são pardas e brancas |
A violência atinge principalmente mulheres na faixa etária de 25 a 34 anos (30%), e de 35 a 44 anos (23%). Vítimas de 18 a 24 anos de idade são 20% do total.
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Maioria das vítimas têm entre 25 e 34 anos |
Os agressores são majoritariamente cônjuges/companheiros (40%) e ex-cônjuges/ex-companheiros (30%). Em seguida vêm filhos/enteados (9%), irmão (8%), pais/responsável legal (7%) e namorado(a)s (6%).
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Violência contra mulheres, na maioria das vezes é um crime passional |
Evolução
A pesquisa aponta que o número de mulheres vítimas de assassinatos em Minas Gerais se manteve praticamente estável na comparação entre os primeiros semestres de 2013, 2014 e de 2015 (288, 284 e 283). Neste ano, 47 mulheres foram mortas por mês em Minas.
Também no Estado, nos primeiros seis meses de 2015 frente ao mesmo intervalo de 2014, houve leve queda na taxa de homicídios de mulheres no ambiente doméstico e familiar por 100 mil habitantes (1,35 contra 1,36). No primeiro semestre de 2013, a taxa foi de 1,39.
Já a soma dos registros que englobam várias modalidades de violência tipificadas na Lei Maria da Penha teve alta de 3,4% em 2015 em relação ao mesmo período de 2014, embora tenha sido levemente menor do que a do primeiro semestre de 2013.
Em Belo Horizonte, o número de ocorrências de violência doméstica e familiar contra a mulher teve alta de 0,9% no primeiro semestre de 2015, com 7.416 casos, contra 7.351 nos seis primeiros meses de 2014. A taxa por 100 mil habitantes ficou praticamente estável, oscilando de 290,58 para 291,61. Já o número de homicídios contra mulheres teve queda: 13% em números absolutos (40 a 46) e 13,7% na taxa por 100 mil habitantes (1,57 contra 1,82).
Naturezas
No ambiente doméstico e familiar, o tipo criminal contra a mulher que prevalece no Estado é a violência física, que reúne lesão corporal, homicídio e vias de fato/agressão, respondendo por 46% dos casos. Em seguida, aparece a violência psicológica, que representa mais de 40% dos registros. Estão enquadrados nessa categoria, segundo a Lei Maria da Penha, abandono material, atrito verbal, constrangimento ilegal, maus tratos, perturbação do trabalho ou do sossego alheio, sequestro e cárcere privado e violação de domicílio.
FOTO: Secretaria de Estado de Defesa Social |
Violência sexual é a que menos acomete as mineiras vítimas de agressão |
FOTO: Secretaria de Estado de Defesa Social |
Capital respondeu por 13% dos registros em 2013, 12% em 2014 e novamente 12% no primeiro semestre de 2015 |
Atualizada às 12h38