Começaram a ser ouvidas nesta segunda-feira (31), dez das 17 mulheres suspeitas de integrar uma quadrilha de estelionatários desarticulada na última semana, durante a "Operação Pecus", realizada pelas polícias Civil e Federal.
Os depoimentos estão sendo colhidos pelos delegados Daniel Araújo, da Polícia Civil, e Flávio Albergaria, da Polícia Federal.
A organização criminosa à qual as suspeitas pertencem está sendo investigada por aplicar golpes em servidores públicos. A quadrilha enviava correspondências para as vítimas, inclusive do judiciário, informando que eles teriam ganhado ações na Justiça.
Para isso, usavam números de processos existentes. Depois do contato, os golpistas depositavam cheques roubados nas contas dos servidores, e exigiam pagamento de serviços advocatícios, geralmente no valor de 10% da suposta causa ganha. Após receberem, eles desapareciam.
O prejuízo causado pelos golpes está estimado em R$ 10 milhões. Até o momento, 39 pessoas foram presas em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo os delegados, as mulheres estão sendo interrogadas primeiro porque são consideradas as líderes do grupo e também por uma questão de logística, já que as dez que estão sendo ouvidas nesta segunda-feira estão presas no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Centro-Sul.
As oitivas estão acontecendo na Delegacia de Eventos da Polícia Civil, que fica na orla da lagoa da Pampulha. O local foi escolhido por possuir estrutura para o serviço e localização estratégica para dar apoio à Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Defesa Social.
A expectativa é que todos os 37 suspeitos que estão presos em Minas Gerais sejam ouvidos até a próxima quinta-feira (3).