Seis dias após suspenderem a greve devido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ter considerado ilegal a paralisação por prejudicar o atendimento à população, os policiais civis participaram na tarde desta quarta-feira (29) de uma audiência de conciliação na Justiça. Sem grandes avanços, uma nova audiência foi marcada para o próximo dia 15 de julho.
De acordo com Mirian de Oliveira Galuppo, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Minas Gerais (Sindepominas), dentre as várias reivindicações, neste primeiro encontro o Estado se comprometeu a pagar o adicional noturno e a ajuda de custos sem a necessidade de judicialização por parte dos delegados.
"Mas o que realmente queremos é o risco de contágio, previsto na Lei Orgânica, e que o governo bate o pé falando que não pode pagar. Sobre isso foi determinado apenas que no dia 8 de julho começa o grupo de trabalho que vai discutir esta e outras questões", afirmou. Ainda conforme o sindicato, foi dada entrada em um agravo interno questionando a liminar que determinou que a greve era ilegal.
"Hoje pela manhã fizemos uma assembleia geral e ficou definido que, apesar de termos suspendido a greve, vamos continuar fazendo o movimento dentro da legalidade. Se o delegado se desdobrava para fazer três, quatro e até mais flagrantes de uma vez só, hoje não faremos mais favor ao Estado. Será feito um flagrante de cada vez. Se ele tiver que ir ao local do crime, no plantão, deixará a delegacia apesar dos flagrantes para fazer", pontuou a presidente do Sindepominas.
Procurado, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG) informou que esta foi apenas a primeira de várias audiências de conciliação para resolver a questão. Neste primeiro encontro, o principal avanço foi com relação ao grupo de trabalho criado para tratar das equiparações salariais reivindicadas pelas categorias. Nesta quinta-feira (29) o Sindpol realiza uma assembleia dos servidores para discutir o resultado da audiência de conciliação.
A suspensão
Os dois sindicatos decidiram pela suspensão do movimento grevista na última quinta-feira (23) após determinação da Justiça que considerou a paralisação ilegal e determinou que os servidores retomem imediatamente o trabalho, sob a penalidade de multa diária de R$ 350 mil, para caso de descumprimento.
Segundo o documento, a atitude dos sindicatos é abusiva, pois eles iniciaram a greve sem estabelecer um cronograma de negociação e, com isso, prejudicaram as pessoas que dependem dos serviços prestados pela categoria, como os atendimentos no Instituto Médico Legal (IML) e no Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran).
A ação coletiva foi promulgada nesta quarta-feira (22) em 2ª instância no Cartório de Feitos Especiais do TJMG pelo desembargador Alberto Vilas Boas.