Após milhares de manifestantes saíram em passeata pelo centro de Belo Horizonte contra as reformas que alteram a Consolidação das Leis Trabalhista (CLT) e as regras de aposentadoria, o balanço dos organizadores é que ação foi positiva.
Apesar da adesão à manifestação ter sido atrapalhada pela chuva e não ter alcançado o número esperado, eles acreditam que o grande número de paralisações será suficiente para pressionar o congresso. A Polícia Militar não divulgou estimativas do público.
Segundo a presidente do Central Única de Trabalhadores (CUT) em Minas, Beatriz Cerqueira, essa foi a maior mobilização dos trabalhadores de Minas Gerais das últimas décadas.
"A adesão desse movimento está bem maior que os outros. Acho que a população entendeu os riscos que está correndo com essa reforma e a participação foi bem além das pessoas que estão habitualmente envolvidas nas lutas trabalhistas. Essa é o maior movimento grevista que já presenciei. Temos todas escolas públicas paradas,a maioria das particulares, centros de saúde, além de metrô e ônibus parados em um mesmo dia. Isso certamente é inédito", afirmou.
Em Belo Horizonte o metrô parou completamente e os ônibus circularam parcialmente. Todas as escolas e universidades públicas aderiram à paralisação e mais de 80% das escolas particulares também não funcionaram hoje. Praticamente todas as agências bancárias do centro da capital estavam fechadas nesta sexta-feira (28), tanto de bancos públicos quanto privados. Várias lojas no centro da capital também não abriram, porém a maioria do comércio da região estava de portas abertas.
Foi caso da papelaria onde trabalha o vendedor Heindrik Duarte, 20. Ele diz que concorda com a manifestação, mas destaca que o protesto prejudicou as vendas.
"As pessoas têm que reivindicar os seus direitos e a passeata é válida. Mas hoje não estamos vendo quase nada. O movimento está praticamente parado", afirmou.
Além do protesto em Belo Horizonte, foram realizados 60 atos em todo o Estado. Várias rodovias foram fechadas durante a manhã, como BR-040, na saída para o Rio de Janeiro, o Anel Rodoviário e a MG-010, que dá acesso ao aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins