CRUELDADE SEM LIMITES

Padrasto mata enteada de 9 anos a pauladas no Vale do Jequitinhonha

Crime aconteceu em um povoado da cidade de Itamarandiba; mãe da vítima também foi agredida, se fingiu de morta e conseguiu escapar

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 18 de maio de 2015 | 05:50
 
 
 
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A Polícia Militar de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, está à procura de um homem suspeito de matar a enteada, uma menina de apenas 9 anos. O crime aconteceu no último sábado (16), e a morte foi confirmada no fim da tarde desse domingo (17). A mãe da criança também foi brutalmente agredida, mas conseguiu sobreviver ao se fingir de morta.

De acordo com o boletim de ocorrência da corporação, militares foram acionados em uma área conhecida como povoado de Padre João Afonso, na zona rural da cidade, em que, a princípio, havia registro de duas tentativas de homicídio. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi ao endereço.

No local, uma fazenda, os policiais se depararam com uma mulher de 33 anos e a filha dela, Marina Suzane Mendes, sendo atendidas por uma ambulância do povoado. Ao chegar, o Samu assumiu o atendimento médico. Em contato com o dono da propriedade, ele contou que estava na sede do imóvel quando a mulher chegou toda ensanguentada e pedindo por socorro.

A vítima contou que ela e a filha haviam sido agredidas depois de irem até a residência do caseiro, onde moravam, buscar algumas roupas. Mesmo bastante machucada, a mulher contou à polícia que seguia com a filha por uma estrada quando foi surpreendida pelo companheiro, que estava agachado em um matagal.

Ao ver a mulher, o criminoso teria dito que “iria acabar com ela ali mesmo”. Em seguida, ele pegou um pedaço de pau e desferiu vários golpes contra a cabeça da dona de casa. As agressões só cessaram depois que a vítima fingiu que havia morrido.

Covardemente, após agredir a companheira, o homem correu atrás da enteada, que também foi agredida na cabeça. Logo depois, ele fugiu e não foi mais visto. Próximo ao local dos crimes, a polícia apreendeu, além do pau, uma faca, oito litros de gasolina, um litro de óleo e uma máscara de proteção de roçadeira.

Mãe e filha foram socorridas e encaminhadas ao hospital de plantão de Itamarandiba. No entanto, Marina, segundo o médico, já apresentava morte cerebral. A mulher, devido à gravidade dos ferimentos, precisou ser transferida para uma unidade de atendimento de Diamantina, na região Central do Estado, onde segue internada e sem previsão de alta.

Crimes ocasionados por ciúmes

Ainda de acordo com o relato da mulher aos militares, as agressões contra ela e a filha aconteceram por ciúmes do marido. Eles teriam discutido e estavam “separados” há uma semana. No entanto, moravam na mesma casa.

O dono da fazenda contou à polícia que o suspeito sempre se mostrou uma pessoa calma e "de boa educação". Há alguns meses ele deu o emprego para o criminoso, que começou a viver no local junto com a família.

A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão de Itamarandiba e o caso será investigado pela Polícia Civil do município.

Marido envenenou mulher um dia antes

Antes de tentar matar a companheira a pauladas, o suspeito envenenou a companheira com veneno de rato, popularmente conhecido como “chumbinho”. “Na sexta-feira (15), ele colocou chumbinho no torresmo e deu para minha irmã comer. Ela passou mal, foi para o médico e ficou bem. No sábado, ele voltou para tentar matá-la novamente”, contou a irmã da dona de casa, Olívia dos Santos, de 25.

Os crimes surpreenderam a família materna de Marina. Segundo a tia, o suspeito sempre teve uma boa relação com a enteada e ninguém imaginava que a tragédia poderia acontecer.

“Ele estava com a minha irmã há um ano. Sempre tratou todo mundo bem e ela nunca reclamou do relacionamento. Não sei por qual motivo meu cunhado fez essa barbaridade. Queremos que tenha uma punição”, disse a jovem.

O velório da pequena Marina acontece na manhã desta segunda-feira (18). A mãe dele recebeu alta médica e vai acompanhar o sepultamento.

“Fisicamente ela está bem, mas desesperada. Marina era a filha do meio e muito apegada à mãe, que tem outros dois meninos. Nossa família está arrasada”, finalizou Olívia.

 

Atualizada às 08h55
 

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