A paralisação dos médicos autônomos da Santa Casa, instituição que atende integralmente pelo SUS em Belo Horizonte, ainda não tem data para acabar. Iniciada nesta quinta-feira (11), a paralisação que mobiliza a maior parte do profissionais de saúde da unidade, é uma forma de lutar por melhores condições estruturais de trabalho e também pelo reajuste dos honorários.
Conforme explicou o diretor clínico da unidade, Flávio Mendonça, o ato é para pressionar os responsáveis - no caso, a diretoria da Santa Casa e a Secretaria Municipal de Saúde -, a reajustar os honorários que não são reajustados há pelo menos dois anos. Isso corresponderia a um aumento de 17,5% no pagamento destes profissionais.
Mas segundo o superintendente geral do grupo Santa Casa, Porfírio Andrade, a instituição não tem condições de prometer esse reajuste.
"Parte da reivindicação destes profissionais a gente já resolveu, que são as melhorias de trabalho dentro da Santa Casa. Entretanto, um reajuste linear para todos mundo está fora da realidade da instituição. Não é possível a Santa Casa tirar do próprio recurso para fazer esse reajuste. Então a gente entende que isso passa a ser uma demanda para o poder público", explica.
A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, devolve a bola a instituição. Por meio de nota, o órgão informou que "mantém o contrato de prestação de serviço com os hospitais que atendem a Rede SUS-BH" e que "as equipes são de responsabilidade da direção de cada hospital".
Uma reunião foi realizada nesta quinta junto a diretoria da Santa Casa na qual houve a proposta de melhoria de trabalho, conforme o superintendente da instituição reiterou. Neste sentido, ficou a promessa de ser montado um cronograma de trabalho.
Já como a proposta de reajuste ainda não foi feita, a paralisação deve continuar por tempo indeterminado. A Santa Casa continuará mantendo os serviços de urgência mas, se a paralisação se prolongar por muito tempo, é possível que a unidade fique superlotada assim como as unidades de pronto atendimento.
A próxima assembleia geral da categoria está marcada para a próxima segunda-feira (15) às 19h na Santa Casa. Até lá, os trabalhadores mobilizados esperam receber uma proposta de reajuste ou uma reunião para dialogar sobre o assunto com a Secretaria Municipal de Saúde.
Os serviços suspensos são as internações nas especialidades clínicas e cirúrgicas e as atividades do Centro de Especialidades Médicas. Já os serviços que serão mantidos durante a paralisação são os atendimentos de urgência (CTI, maternidade, hemodiálise, transplante, oncologia) e urgência oftalmológica. Os pacientes já internados terão assistência garantida.
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