crime solucionado

PC prende mulher que mandou matar marido para ficar com apartamento

Crime foi arquitetado pela mulher que não aceitava vender o apartamento depois da separação e resolveu contratar o pedreiro do prédio onde morava para dar fim ao marido

Por JHONNY CAZETTA/ JULIANA BAETA
Publicado em 22 de maio de 2015 | 14:04
 
 
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O assassinato de um homem por causa de um apartamento terminou com duas pessoas presas, entre elas, a mulher dele, que seria a mandante do crime. A Polícia Civil apresentou os suspeitos nesta sexta-feira (22) e deu detalhes sobre as investigações que solucionaram o crime.

Segundo a delegada Alice Batello, o corretor de imóveis Moacir Moraes Júnior, de 48 anos, foi assassinado em novembro do ano passado em um apartamento do prédio onde morava com a mulher, no bairro Fernão Dias, região Nordeste de Belo Horizonte. A suspeita, de 39 anos, e o marido, viviam em pé de guerra e estavam prestes a se separar.

A vítima resistiu à separação, mas acabou cedendo e propôs vender o apartamento onde moravam e dividir o dinheiro e os bens, assim, cada um iria para o seu canto. Mas a mulher não queria ficar sem o apartamento porque, de acordo com as investigações, era o sonho dela e estava do jeito que ela queria.

A partir daí, ela passou a arquitetar a morte do marido. No dia do crime, o dinheiro que o casal mantinha em um cofre no closet do quarto, cerca de R$ 3 mil, havia sumido, e o homem questionou a mulher. Ela disse que havia emprestado o dinheiro para uma amiga mas, na verdade, o valor foi destinado ao pagamento do homem que ela contratou para matar a vítima.

Com a desconfiança do marido em relação ao dinheiro que sumiu, a mulher ligou no mesmo dia para o matador dizendo que o assassinato teria que acontecer naquela data. O matador é um pedreiro de 42 anos que trabalhava no prédio em que o casal morava, e que a mulher conhecia por sempre conversar com ele e oferecer café.

Ela também costumava desabafar com o pedreiro e contar que o casamento não ia bem, que a vítima agredia ela e a filha do casal, de 7 anos, e que ela tinha medo do marido. Sensibilizado, o pedreiro aceitou o serviço e o pagamento adiantado de R$ 3 mil. Depois do crime, ela ainda pagou mais R$ 2 mil para o pedreiro, totalizando R$ 5 mil pelo “serviço”.

Crime no 302

A mulher e o pedreiro decidiram simular um latrocínio. Alguns apartamentos do prédio onde o casal morava ainda estavam sendo finalizados e o corretor de imóveis costumava apresentá-los para clientes e por isso tinha as chaves.

Com a desculpa de ter esquecido alguma coisa no imóvel no andar de cima ao que o casal morava, o pedreiro pediu para o corretor fosse com ele ao apartamento, que estava em reforma, o 302. Ao abrir a porta, a vítima foi surpreendida pelo pedreiro pelas costas, que o atingiu na cabeça com uma barra de ferro que havia deixado previamente na escada para este fim. Quando o corretor caiu no chão, ele ainda se virou para tentar reagir, mas foi golpeado novamente na cabeça, e acabou morrendo.

Para parecer um latrocínio, o pedreiro levou a aliança de ouro do homem e o celular, e jogou os pertences no lixo perto da casa onde mora, em Ibirité.

O pedreiro e a mulher foram presos no último dia 12, e o suspeito confessou o crime e deu os detalhes de como acontece. Já a mulher continua negando qualquer envolvimento na morte do marido. Eles irão responder por homicídio duplamente qualificado, sendo por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

A delegada pediu a prisão temporária dos dois, mas irá pedir a prisão preventiva apenas da mulher, por entender que o pedreiro colaborou com as investigações e que não representa uma ameaça, diferente da mulher, que nega o crime e pode tentar persuadir ou ameaçar as testemunhas durante o processo. 

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