Pampulha

Placas alertam para risco de carrapatos em parque  

Medida é para evitar que capivaras contaminem a população; ação é criticada

Por Jáder Rezende
Publicado em 09 de maio de 2014 | 03:00
 
 
 
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Depois das polêmicas placas de alerta indicando locais com risco de alagamento e enchente e de árvores com perigo de cair, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu estender essa modalidade de prevenção para o Parque Ecológico da Pampulha. No local, foram colocadas placas avisando que os carrapatos das capivaras que vivem na região são uma ameaça iminente e que podem contaminar os frequentadores do lugar. Alvo de críticas, a instalação de placas como essas está se tornando cada vez mais frequente na capital mineira.
 

A prefeitura alega que essa prática faz parte de um conjunto de medidas preventivas para minimizar problemas recorrentes. Em relação aos avisos colocados no parque, o presidente da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, Jorge Spechit, alegou que “a informação provoca reflexão no visitante”. “É uma missão (instalar as placas)”, disse ele, considerando a ação “algo mais do que natural”.

Imbróglio. O processo da remoção das capivaras da região do parque Ecológico começou no início deste ano. A população de cerca de 300 animais da espécie se reproduz e faz proliferar carrapatos por toda a área. A infestação, inclusive, já teria culminado na morte, causada por febre maculosa, do estudante Samir Assis, 20, no início deste ano.

As novas placas alertando sobre o risco de carrapatos provocou a indignação até mesmo do vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, que decidiu ir hoje ao parque Ecológico para ver de perto o processo de levantamento das capivaras.

Segundo Spechit, uma empresa especializada está promovendo um levantamento minucioso do grupo de animais. Em seguida, restará ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberar a transferência dos bichos para uma fazenda-modelo administrada por alguma instituição de ensino superior. O processo envolve ainda a realização de uma série de exames laboratoriais para verificar possíveis contaminações. Alguns exemplares, no entanto, deverão permanecer no parque.

Arquiteto e urbanista, Gustavo Penna critica a proliferação do novo sistema de alerta. “Seria cômico se não fosse trágico. Pelo visto, a única saída da prefeitura é colocar placas. A placa funciona como um alerta, porque, por algum motivo, não é possível fazer alguma coisa”, disse, ressaltando achar a medida uma forma de “patrulha”.

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