Trânsito

Plano pretende reduzir mortes 

Meta do governo federal é reunir Estados e municípios em ações que vão de treinamentos a novas leis

Por Nathália Lacerda
Publicado em 01 de agosto de 2015 | 03:00
 
 
 
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Para tentar reduzir o número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito no país, o governo federal divulgou nesta sexta um plano de ação nacional que terá a participação das três esferas de poder. Denominada Segurança no Trânsito em Defesa da Vida, a ação tem como objetivo reduzir em 20% a tendência de aumento das lesões graves e óbitos por acidentes de trânsito, com ênfase nas mortes de motociclistas. O projeto foi apresentado pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, a governadores durante uma reunião em Brasília, nesta quinta.

Um dos motivadores para a criação do plano é o alto índice de internações por acidentes de motos no Brasil entre os anos de 2008 e 2013, conforme mostrou diagnóstico do Ministério da Saúde. Segundo o Sistema de Informação Hospitalar, mais de 169,7 mil internações por conta de acidentes no trânsito foram registradas em 2013. Desse total, as motocicletas provocaram 88 mil ocorrências (51,8%). Entre 2008 e 2013, foi contabilizado um aumento de 114% nesse tipo de procedimento.

Já o número de mortes em acidentes de trânsito em 2008 foi de 38.273, alcançando 42.266 em 2013 – uma alta de 10,4%.

“Nas urgências, nos hospitais de traumas e nas unidades de reabilitação estamos acompanhando uma crescente demanda de pacientes vítimas de acidentes de motos. Precisamos de uma ação nacional, envolvendo diversos setores da sociedade e do poder público, para barrar essa epidemia de mortes e traumas”, disse o ministro Chioro.

O novo plano está sendo elaborado com a participação de sete ministérios: Saúde, Cidades, Justiça, Trabalho e Emprego, Previdência, Educação e Transportes. Ele prevê, por exemplo, aumento na fiscalização, articulação integrada entre os governos municipal, estadual e federal, capacitação dos agentes de trânsito, além de projetos de lei que permitirão a aquisição de motos somente por condutores habilitados.

“No eixo fiscalização, a ideia é intensificar as ações, priorizando aspectos como a mistura de álcool e direção, excesso de velocidade, uso dos equipamentos obrigatórios de segurança, habilitação válida e condição segura do veículo”, explicou o ministro.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última década houve um crescimento de 280% na frota de motocicletas do país. Em nove Estados do Brasil, o número de motocicletas supera a frota de carros.

Minas Gerais. Belo Horizonte é a sétima cidade com mais mortes em acidentes de motos, de acordo com um ranking apresentado no encontro. A lista de 322 municípios de todo o país leva em conta o número absoluto de óbitos provocados por motocicletas. Em 2013, foram 157 mortes nesse tipo na cidade.

Procurada nesta quinta, a assessoria do governo de Minas não soube informar qual será a participação do Estado no plano e nem quais ações serão desenvolvidas para alcançar os resultados pretendidos.

João XXIII
Atendimento.
Somente nos seis primeiros meses deste ano, 3.395 pessoas acidentadas com motos deram entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital. Dessas, 31 morreram.

Saiba mais
Conferência
. Em novembro, 1.500 participantes de cerca de 150 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) irão debater a segurança no trânsito na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. O objetivo é avaliar o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões ocorridas no trânsito em todo o mundo em meio à Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020.

Falha humana. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos acidentes de trânsito são causados por falha humana. A imprudência – especialmente o excesso de velocidade aliado à execução de manobras perigosas – ainda está entre os principais motivos de acidentes nas estradas.

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