TOLERÂNCIA ZERO

PM vai abordar mascarados e reagir caso haja vandalismo em protestos

Neste sábado, 7 de setembro, são esperados cerca de 10 mil manifestantes no hipercentro de Belo Horizonte

Por MÁBILA SOARES / JOHNATAN CASTRO
Publicado em 05 de setembro de 2013 | 16:45
 
 
 
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As polícias militar e civil decretarão tolerância zero contra manifestantes que promoverem atos de vandalismo na capital durante as manifestações previstas para este sábado (7), feriado em comemoração ao Dia da Independência. Quem estiver usando máscaras será abordado e obrigado a se identificar. Mochilas e bolsas serão revistadas. E a Polícia Militar vai reagir em caso de atos de vandalismo com bombas de efeito moral e balas de borracha podem ser usadas.

Ao todo, são esperadas entre 10 mil e 15 mil pessoas no desfile que ocorrerá  na avenida Afonso Pena, além de cerca de 10 mil manifestantes. 

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (5), as corporações apresentaram o plano de segurança para garantir a tranquilidade de quem for assistir ao desfile e daqueles que ocuparem as ruas para protestar de forma pacífica. Ao todo, serão empenhados 3.000 homens, com foco no hipercentro da capital.

De acordo com o coronel Antônio de Carvalho, comandante do policiamento especializado, caso os militares sejam provocados durante os protestos, não vão hesitar em reagir. O coronel reforça que, ao contrário do que aconteceu nas últimas ações provocados por vândalos, desta vez, não vai haver tolerância, principalmente contra depredação do patrimônio público. As pessoas abordadas que estiverem com algo suspeito ou ilícito, como arma ou drogas, serão detidas imediatamente. 

Além da tradicional cerimônia de 7 de setembro, outros movimentos sociais estão marcados para este sábado. Um deles é o Grito dos Excluídos, que vai acontecer no Viaduto Santa Tereza com o apoio da Arquidiocese de Belo Horizonte. 

Também haverá a Operação 7 de Setembro, marcada para várias cidades do Brasil. O evento será na praça Sete, no centro de Belo Horizonte, em defesa do fim do voto obrigatório e da prisão imediata dos mensaleiros.

Cancelado
Em Contagem, com medo de eventuais confrontos, autoridades de segurança da cidade, na região metropolitana de Belo Horizonte, decidiram cancelar as comemorações cívicas previstas para este feriado.

A decisão foi tomada nessa quarta-feira (4) após reunião entre o secretário de Defesa Social, José Rodrigues da Silva, o comandante da Guarda Municipal, Wiliam Cesário de Souza e os comandantes do 18º e 39º Batalhão da Polícia Militar (PM).

Em Belo Horizonte, o Exército e a Polícia Militar de Minas Gerais decidiram suspender a tradicional participação de alunos do Colégio Militar (ligado ao Exército) e do Colégio Tiradentes (PM) no desfile de 7 de Setembro, na avenida Afonso Pena. A medida, de acordo com estudantes das duas escolas, foi anunciada como forma de proteger os jovens de eventuais confrontos com manifestantes.

A suspensão da participação dos jovens no ato cívico, realizado todos os anos na avenida Afonso Pena, irá atingir pelo menos mil alunos, com idade entre 11 e 17 anos, dos dois colégios – 300 do Tiradentes, e 700 do Militar.

Governo federal em alerta
O Palácio do Planalto detectou, por meio do monitoramento das redes sociais, ameaças de radicalização por parte de grupos como o Black Bloc durante as manifestações previstas para o Sete de Setembro. O grupo vem causando quebradeira em vários protestos no Rio de Janeiro.

Segundo o monitoramento que vem sendo feito, há risco de atos de violência durante a manhã no desfile militar da Esplanada dos Ministérios, que terá a presença da presidente Dilma Rousseff, e no jogo entre Brasil e Austrália, que será realizado no estádio Mané Garrincha, às 16h15. O governo também recebeu alerta de protestos violentos no Rio Janeiro.

A presidente Dilma Roussef já havia autorizado que a segurança seja reforçada para o desfile. Segundo o jornal “Folha de São Paulo”, além dos já tradicionais detectores de metal, haverá a revista de bolsas e mochilas. Na semana passada, a presidente coordenou pessoalmente uma reunião para tratar da segurança e do desfile. O público estimado em Brasília é de 50 mil pessoas.

Mascarados no Rio de Janeiro
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro adiou a votação do projeto de lei que proíbe o uso de máscaras em manifestações. Apresentado na última quinta-feira pelos deputados Domingos Brazão e Paulo Melo (PMDB), o projeto recebeu 13 emendas e terá de ser votado em uma nova data, possivelmente na próxima terça-feira (10).

Com as sugestões, o texto terá de voltar à Comissão de Constituição e Justiça para avaliação. Se aprovada, a lei ainda determina que qualquer protesto tenha que ser comunicado previamente à prefeitura da cidade em que ele ocorrer e às autoridades policiais. A comunicação deverá ser feita na delegacia mais próxima ao local do ato.

O texto também propõe que os policiais só possam intervir para garantir a defesa dos patrimônios público e privado, das pessoas ou em sua própria defesa.

Atualizada às 17h02.
 

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