O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, foi ouvido pelo Ministério Público de Minas Gerais, na tarde desta terça-feira (1º). A oitiva foi realizada pelo promotor Guilherme Meneghin, em Mariana, na região Central do Estado e local do rompimento da barragem da mineradora, em 5 de novembro.
Foi a primeira vez que o diretor-presidente foi ouvido oficialmente pela promotoria de Mariana sobre a tragédia. Na saída, Vescovi afirmou apenas que prestou esclarecimentos que o MP requisitou. Além disso, informou que a empresa analisará a proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) feito pelo Ministério Público.
O documento prevê ações emergenciais, como o encaminhamento das famílias para as casas alugadas, o pagamento de salários, reativação econômica dos atingidos e informações sobre as buscas e socorro das vítimas.
A Samarco, cujo os sócios são a Vale e a anglo-austrialiana BHP, tem até 9 de dezembro para responder se aceitar ou não o TAC do Ministério Público. Caso não aceite, o promotor adiantou que vai entrar com uma Ação Civil Pública contra a empresa.
Para o promotor Guilherme Meneghin, o depoimento foi melhor do que o esperado, com todas as perguntas sendo respondidas. Ao todo, a oitiva durou três horas e meia. O encontro não abordou sobre a situação das barragens, apenas sobre os atingidos.
Salários
Contrariando o pedido dos moradores dos distritos atingidos pelo rompimento da barragem, a Samarco começou a pagar nessa segunda-feira (30) os salários para os atingidos. Cartões com um salário-mínimo (R$ 788,00) foram distribuídos, com adicional de 20% por dependente e ainda cesta básica de R$ 338, para as famílias nos hotéis. Não foi divulgado quantos cartões foram distribuídos.
Os moradores atingidos pelo rompimento da barragem, querem receber R$ 1.500 mensais por família mais 30% por dependente. A reivindicação foi feita pela comissão que representa a população em reunião nessa segunda, com a Samarco e a prefeitura de Mariana.