Estelionato

Presos em Ipatinga por enganar brasileiros que iriam para Espanha

Alvo do grupo eram brasileiros detidos em aeroporto

Por Bárbara Ferreira
Publicado em 01 de setembro de 2015 | 12:12
 
 
 
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Uma quadrilha especializada em aplicar golpes em brasileiros que são barrados na alfândega ao viajar para o exterior foi detida nesta terça pela Polícia Federal. A organização criminosa atuava principalmente com as pessoas que eram detidas no aeroporto de Barajas, em Madrid, na Espanha, e acabavam pagando ao grupo para tentar entrar no país. Os criminosos tinham ligações em Ipatinga, no Vale do Aço, e no Espírito Santo.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo atuava com as vítimas enquanto elas estavam detidas no aeroporto madrilenho. A atuação deles era especificamente com brasileiros que eram barrados ao entrar no país, mas não foi divulgado se essas pessoas estavam tentando imigrar ilegalmente ou não.

Telefonemas. As vítimas eram contatadas pelo telefone, ainda na Espanha. Algum integrante do grupo os acionava e se fazia passar por um funcionário do consulado brasileiro. Eles exigiam dinheiro das vítimas com a promessa de resolver as questões burocráticas e conseguir a entrada das pessoas no país estrangeiro. Para isso, eles solicitavam que fossem feitas transferências bancárias.

Todos os envolvidos presos na operação, denominada Barajas, foram indiciados pelos crimes de estelionato e constituição de organização criminosa. A pena, somada, pode chegar a 13 anos de prisão. O valor arrecadado pela quadrilha com as vítimas identificadas durante a operação não foi divulgado pela polícia. O golpe já é aplicado desde 2012 e até o momento foram identificadas 14 vítimas. Foram cumpridos na manhã desta terça mandados de prisão e de busca e apreensão em Vila Velha, no Espírito Santo, e em Ipatinga (MG). A reportagem de O TEMPO tentou insistentemente obter da polícia quantas pessoas haviam sido presas, mas o número não foi divulgado até o fechamento desta edição.

Regras. O professor de direito internacional da Universidade Fumec Áquila Mazzingy acredita que dificilmente esses criminosos conseguiriam acesso a essas vítimas sem a ajuda de um agente da imigração. “Essas pessoas, quando são barradas, geralmente são levadas para um local isolado para aguardar a deportação”, explicou.

De acordo com ele, para se mudar ou entrar em qualquer país, que não o seu de origem, é necessário respeitar exigências da nação de destino. No caso da Europa, há um acordo de livre circulação, mas cada país tem regras de emigração próprias.

Atualizada às 20h45

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