Um professor de 39 anos foi preso na manhã desta terça-feira (20) por injúria racial. O crime aconteceu no Hospital Felício Rocho, no Prado, na região Oeste da capital. Ele teria dito a uma telefonista que ela era "uma africana que veio para tumultuar".
Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima, de 50 anos, contou que estava aguardando atendimento quando seu celular descarregou. Ela foi até o guichê e solicitou uma tomada. Nesse momento, o suspeito se levantou e questionou se a telefonista estaria passando na frente. Na sequência ele teria dito:
"Quem é você para estar furando fila? Eu paguei consulta igual a você pagou. Você está interrompendo o atendimento. Você é africana e veio tumultuar aqui. Vou te dar um creme para passar no seu calcanhar rachado. Volte para a África, sua hiena dentuça". Ainda de acordo com a PM, o diálogo foi confirmado por uma testemunha.
Já o suspeito informou que estava aguardando atendimento quando viu a telefonista indo até um guichê. O professor entendeu que a conversa entre a professora e a funcionária estava atrapalhando o atendimento.
De acordo com o suspeito, a telefonista foi irônica quando afirmou que não precisava de senha e que a questão era outra. A mulher ainda teria o desrespeitado com a seguinte frase: "calma minha filha, você está muito nervosa. Eu vou chamar a polícia". O professor se sentiu vítima de "LGBT fobia", conforme a descrição da PM.
O delegado Rodrigo César Soares arbitrou uma fiança de R$4.000 em decorrência de injúria racial. O professor pagou o valor e foi liberado. Parentes dele estavam na delegacia, porém, eles preferiram não conversar com a reportagem. A reportagem ligou para a vítima, mas ela não atendeu as ligações.