Quadrilhas de tráfico internacional de drogas movimentam milhões de reais no Triângulo Mineiro. A organização criminosa desmantelada na operação Navajo, em setembro do ano passado, movimentou ao menos R$ 440 milhões em dez anos de atuação. Durante a operação, agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam US$ 200 mil e R$ 400 mil em espécie, além de 26 veículos (vários de luxo), uma lancha e uma moto aquática. A quadrilha havia adquirido 25 casas e apartamentos e quatro fazendas.
O negócio era rentável também para os pilotos que realizavam o transporte da droga. Para cada voo, eles chegavam a ganhar US$ 80 mil. As aeronaves usadas têm capacidade para transportar até 500 kg de pasta-base de cocaína, que chega a valer até R$ 3 milhões no mercado brasileiro.
Esquema. A pasta-base de cocaína é produzida na Colômbia, Bolívia e Peru. Desses locais, o entorpecente segue para a fronteira do Brasil com o Paraguai, onde é negociada e embarcada para o país em bimotores.
Os aviões pousam em pistas clandestinas ou utilizadas por aviação agrícola no Triângulo, onde são rapidamente descarregados. Uma pequena quantidade pode ser levada para a Europa, onde o quilo da pasta-base de cocaína chega a valer 20 mil euros.
O grosso da droga é enviado para as capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, onde é misturado e distribuído.