Balanço

Quase 80% dos dependentes em MG conheceram as drogas antes dos 18

O número de atendidos pelo Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (Cread) em 2016 cresceu 17,4% em relação ao ano anterior;

Por Da Redação
Publicado em 04 de maio de 2017 | 22:00
 
 
 
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De um total de 13.324 pessoas atendidas em 2016 no Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (Cread), da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MG), mais de 10 mil deles iniciaram o consumo de drogas entre 5 e 17 anos. O número de atendidos cresceu 17,4% em relação ao ano anterior, quando 11.351 usuários foram atendidos pelo centro. 

Um balanço com os números que traçam um perfil dos dependentes químicos me Minas Gerais foi divulgado nesta quarta-feira (3). Outro número assustador é sobre o número de viciados que entraram para o mundo das drogas entre 5 e 11 anos: 2,3 mil pessoas (17,8% do total). Entre os atendidos, a grande maioria era homem (86,7%) contra 13,3% de usuárias.

FOTO: CREAD / DIVULGAÇÃO
perfil dependentes
 

De acordo com o Cread, a partir da análise dos dados coletados de 2004 a 2016, é possível dizer que o perfil dos atendidos é predominantemente do sexo masculino, adultos, solteiros, com baixa escolaridade (49% não concluíram o ensino fundamental), desempregados e/ou em trabalho informal e de baixa renda familiar.

FOTO: CREAD / DIVULGAÇÃO
PERFIL DEPENDENTES
 

Dos mais de 13 mil atendimentos feitos no ano passado, a maior parte dos pedidos de socorro foram feitos pelo telefone, 5.797 (43,5%), seguido pelos Grupos de Mútua Ajuda, com 4.357 atendimentos (32,7%) sendo iniciados por lá. As demais solicitações de ajuda contra o vício foram requisitadas por meio do atendimento presencial (16,6%) e dos grupos de orientação familiar (7,2%) . 

Atualmente, 23 instituições e comunidades terapêuticas, conveniadas com a Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod), da Sesp, disponibilizam cerca de 1.140 vagas/mês em três tipos de modalidades: ambulatorial, permanência dia e abrigamento.

Como funciona

O trabalho no Cread é realizado com a ideia de acolhimento, da troca de experiências e da mútua ajuda, sendo que cada cidadão tem atendimento individual e personalizado, e recebe orientações não só de questões relacionadas à dependência química, como também de ações que buscam o bem estar físico e emocional, além da reinserção social.

O superintendente de Acolhimento Integral ao Usuário de Drogas, da Sesp, Lucas Israel, explica que a maioria das pessoas que busca o Centro de Referência em Álcool e Drogas faz isso por iniciativa própria e, mesmo após o encaminhamento para internação, o trabalho no Cread continua. “Após um período de dez dias que a pessoa foi encaminhada para uma unidade conveniada, entra-se em contato com a família, para acompanhar o processo e estimular a participação dos familiares durante o tratamento”, diz Israel.

Além dos grupos de mútua ajuda, em que os dependentes se reúnem para compartilhar experiências e esperanças, o Centro também oferece grupos de ajuda para familiares e amigos. Nesses grupos é realizado um trabalho de prevenção de recaída e orientação sobre como lidar com a situação no convívio doméstico.

Ajuda pelo telefone

Por meio do LigMinas (155 opção 1) usuários de drogas, familiares e público em geral também são orientados sobre serviços prestados pelas instituições integrantes da Rede de Atendimento de sua localidade e daquelas conveniadas com o Governo de Minas Gerais. A ligação é gratuita, inclusive de celular. O atendimento é disponibilizado de segunda a sábado, entre 7h e 19h.

Quem busca ajuda também pode procurar diretamente o Cread, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na rua Rio de Janeiro, 471, no Centro de Belo Horizonte. 

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