Após quase cinco horas de paralisação, as linhas ônibus do Barreiro, em Belo Horizonte, voltaram a circular normalmente na manhã desta segunda-feira (15). No início do dia, motoristas e trocadores impediram a saída de coletivos da empresa Urca.
De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), Carlos Henrique Marques, a paralisação é de 100% e afetou nove linhas.
“Não depositaram o valor do fundo de garantia e do INSS dos rodoviários. Nesse domingo (14), alguns motoristas e trocadores tiveram uma jornada excessiva e trabalharam 12 horas”, explicou o diretor.
Ainda segundo ele, a empresa não respeita os funcionários e há assédio moral. “Queremos uma reunião com representantes da empresa. Caso contrário, a paralisação vai continuar”, disse Marques.
Viaturas do 41º Batalhão de Polícia Militar se concentraram na porta da empresa, localizada na rua Flor de Pitangueira, no bairro Independência. Segundo o sindicato, as linhas afetadas foram: 305, 311, 330, 340, 337, 3052, 33, 8350 e 6350.
A reportagem de O TEMPO tentou contato com a Urca, mas foi informada que os diretores estão em reunião.
Posição da BHTrans
Apesar do sindicato dizer que os serviços de nove linhas foram suspensos, a BHTrans, por meio de nota, afirmou que o protesto atingiu seis linhas. Além disso, a empresa destacou que agentes acompanharam a manifestação.
Confira na íntegra o comunicado que foi divulgado antes do serviço voltar ao normal:
"A BHTrans informa que, em função da paralisação dos rodoviários da empresa Urca (Consórcio Dez) nesta manhã, 15/9, as linhas 33 (Estação Barreiro/Centro-Hospitais) e 330 (Estação Barreiro/Independência) não estão operando; as linhas 305 (Estação Diamante/Mangueiras) e 311 (Estação Diamante/Independência) estão operando de forma parcial. Já as linhas 340 (Estação Barreiro/Vila Mangueiras), 337 (Estação Barreiro/Itaipu) e 3052 (Estação Diamante/BH Shopping- via Havaí), que não estavam circulando, voltaram a operar.
Agentes da BHTrans estão monitorando as Estações Barreiro e Diamante e indicando outras opções de linhas aos usuários. As estações também contam com viaturas da Polícia Militar para garantir a segurança".
Denúncias de agressões
Um leitor entrou em contato com a reportagem e informou que militares estavam agredindo os manifestantes. “Não sou funcionário de lá, mas vi da minha casa que alguns motoristas foram agredidos com cassetetes”, disse o homem, que pediu para não ter o nome divulgado.
A irmã dele, que trabalha como trocadora da empresa, disse que as agressões aconteceram depois que um dos motoristas jogou pedras contra um coletivo. O diretor de comunicação do STTRBH confirmou as agressões contra o motorista.
Segundo a polícia, o homem, que não teve a identidade revelada, confirmou que o suspeito foi detido por jogar pedras em um coletivo.Três viaturas, segundo a corporação, acompanharam o protesto. Outras duas estão nas estações Diamante e Barreiro.
A reportagem tentou contato com o comandante do 41º Batalhão, mas ele não atendeu as ligações. Já o comandante da 12ª Companhia, que atende a região, não foi localizado.
Acordo
Após uma reunião entre representantes do sindicato e da empresa Urca, os rodoviários resolveram voltar a trabalhar. Ficou decidido que os problemas serão sanados e a queixa contra o motorista foi retirada.
Atualizada às 11h22