O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) emitiu uma nota de repúdio à prisão do jornalista Marco Aurélio Carone, dono do site “Novo Jornal”, ocorrida na última segunda-feira (20).
Confira a nota, publicada no site do sindicato na terça-feira (21), na íntegra:
"O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) repudia, com veemência, a prisão de Marco Aurélio Carone, dono do site 'Novo Jornal', decretada pela juíza substituta da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte, na manhã do dia 20/1/2014.
Para o SJPMG, tanto a prisão quanto a ordem de retirar do ar o site configuram ataques ao direito e à liberdade de expressão. Diante desses fatos, o SJPMG vem a público reafirmar sua posição intransigente na defesa da Democracia, da Justiça e das Liberdades Civis e Individuais."
Hospitalizado
Segundo um advogado do jornalista, que não quis ser identificado, Carone precisou ser hospitalizado nesta quarta-feira (22), após sofrer um ataque de pressão alta. "A família está preocupada, pois o estado de saúde dele é precário, está tomando vários remédios", informou.
O advogado ainda pediu que O Tempo entrasse em contato mais tarde, para saber se Carone já deixou a unidade de saúde.
Relembre
O jornalista Marco Aurélio Carone foi preso pela Polícia Civil como um dos integrantes da quadrilha de falsários comandada por Nilton Monteiro. O chefe do grupo criminoso, que está preso desde maio do ano passado, é o autor da lista de Furnas e de cobranças judiciais milionárias falsas que tinham como credores políticos e empresários. Segundo a polícia, Carone usava seu site, o “Novo Jornal”, para fazer denúncias caluniosas contra as figuras públicas vítimas de Monteiro.
Desde sexta-feira, a juíza da 2ªVara Criminal de Belo Horizonte, Maria Isabel Fleck, autorizou a prisão preventiva de Carone, ressaltando que ele seria uma espécie de “relações públicas” da quadrilha. A detenção só foi realizada ontem, quando o jornalista estava chegando para trabalhar no site, às 6h15. Carone estava sendo investigado há mais de um ano.
De acordo com o promotor de Combate ao Crime Organizado André Luis de Pinho, a prisão foi autorizada devido à denúncia de que Carone estava fazendo matérias caluniosas e intimidadoras contra dez das 11 testemunhas de um processo no qual ele e Nilton Monteiro são réus. A ação reúne diversos crimes praticados pela quadrilha de falsários, como emissão de promissórias frias e denúncias caluniosas de figuras públicas dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, além de empresários.
Dentre os atacados, estavam nomes de peso do PSDB mineiro, como o senador Aécio Neves, o secretário de governo de Minas, Danilo de Castro, e o deputado federal e ex-governador de Minas Eduardo Azeredo.