A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte da pastora Elaine Aparecida Barros, de 50 anos, encontrada com um arame enrolado no pescoço em um canavial de Passos, no Sul de Minas, nessa segunda-feira (27).
A principal linha de investigação é homicídio qualificado, além de ocultação de cadáver. "O marido da vítima prestou depoimento na condição de testemunha e foi liberado. Outros parentes dela serão ouvidos, mas ainda não temos nenhum suspeito e motivação para o crime", explicou o delegado Marcos Pimenta, responsável pela investigação.
Elaine estava desparecida desde a manhã da última sexta-feira (24). O companheiro dela contou aos militares ter saído de casa com a esposa por volta das 6h50 para uma consulta médica. Ele a deixou em frente à unidade de saúde e voltou em casa para buscar documentos que haviam esquecido. O marido disse ainda ter deixado com Elaine R$ 650 em dinheiro para compras.
Depois disso, ela não teria sido mais vista por ele. Um dos fiéis da igreja foi quem disse ao marido ter visto a pastora andando de forma estranha pela rua, como se estivesse perdida, ainda na sexta-feira.
"Não faço ideia do que possa ter acontecido, mas a minha mulher foi ameaçada algumas vezes pelo ex-namorado, que é pastor de uma outra igreja. Há seis anos, ela terminou o relacionamento, um mês depois começamos a namorar e nos casamos", contou Gilberto Oliveira, de 40 anos, que também é pastor.
Outro problema enfrentado por Elaine foi um desentendimento com a sobrinha do marido dentro da igreja em janeiro deste ano. "Foi por uma coisa boba, tanto que minha sobrinha ajudou nas buscas pela minha mulher. Não posso acusar ninguém, mas quero que o culpado pague por tudo que fez", desabafou.
Sepultamento
Elaine foi enterrada na manhã desta terça-feira (28), mas Oliveira não foi ao velório e ao sepultamento para evitar problemas com as filhas da vítima, que chegaram a dizer que ele poderia ser o assassino da mãe.
"Elas estão me tratando como suspeito, disseram que o lençol que cobria minha companheira era lá de casa, mas não é verdade. Acho que as minhas enteadas estão nervosas e falaram isso da boca pra fora. Seis anos de casamento não são seis dias, jamais faria algum mal à Elaine", afirmou.