BikeBH

Tempo de funcionamento das bicicletas melhora, mas sistema ainda falha

Em julho de 2015, o ciclistas que chegassem a uma estação encontravam ela em funcionamento e com bicicletas disponíveis em 97% do tempo, enquanto em dezembro de 2014, esses dados correspondiam a 58%

Por Natália Oliveira
Publicado em 26 de agosto de 2015 | 17:20
 
 
 
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A Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte, BH em Ciclo, divulgou nesta quarta-feira (26) uma avaliação sobre o sistema de bicicletas compartilhadas de Belo Horizonte, o BikeBH. O estudo mostrou que o tempo em que as bicicletas ficaram sem funcionar caiu consideravelmente do ano passado em relação a este ano. Em julho de 2015, o ciclistas que chegassem a uma estação encontravam ela em funcionamento e com bicicletas disponíveis em 97% do tempo, enquanto em dezembro de 2014, esses dados correspondiam a 58%.

Apesar do avanço, os ciclistas consideram que ainda há melhorias para serem feitas, uma das principais reclamações é número de bicicletas disponíveis, que ainda não atingiu a meta de 400 “magrelas”, prevista no contrato. Os dados do BH em Ciclo dão conta que são 265 bicicletas nas estações. Em fevereiro passado, a reportagem do jornal O TEMPO já tinha constatado o problema visitando as estações, quando foi constatado 263 bicicletas disponíveis nas 40 estações da cidade.

A pesquisa se baseia nas informações do website Trem Útil que acessa de 30 em 30 minutos o site oficial do BikeBH com as informações oficiais sobre as estações de aluguel de bicicletas. Os números mostram que alguns dos problemas de dezembro e janeiro passado foram minimizados em junho e julho. Em janeiro a falta de bicicletas nas estações era de quase 30%, já em junho essa indisponibilidade não chegou a 5%.

Para o membro do BH em Ciclo que reuniu os dados Cristiano Scarpelli, houve um avanço, no entanto, ainda é preciso fazer melhorias. “O sistema está começando a funcionar de maneira mais eficaz e isso faz com que aumente o número de usuários, mas ainda queremos que se tenha 400 bicicletas, que é o previsto no contrato. A empresa alega que aumentar as bikes poderia congestionar a estação, mas acreditamos que as estações então poderiam ser ampliadas”, destaca Scarpelli

Ainda segundo ele, em alguns locais é possível ampliar as estações, como por exemplo, na Pampulha, onde a demanda por bicicletas é maior. “Na região só temos três estações e poderíamos ter cerca de 15 a 20, por exemplo com pessoas que vão para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) ou como serviço de integração ao MOVE”, avalia.

O membro da associação acredita que as reuniões entre o BH em Ciclo, a Serttel, responsável pelo sistema e a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) que gerencia o trânsito na capital são muito importantes para as melhorias no funcionamento do sistema. Ainda segundo dados mais recentes do site Trem Útil, nesta terça-feira (25) havia 234 bicicletas livres e foram 418 viagens realizadas com as “magrelas”.

Além dos dados divulgados, a BH em Ciclo levantou ainda algumas questões que devem ser levadas a Serttel:

1) Melhorias na manutenção das bicicletas;
2) Permitir que o aplicativo receba reclamações e que os usuários possam apontar as bicicletas com problemas;
3) Agilidade nos atendimentos pelo Call Center;
4) Estudar outras formas de compra do passe que não apenas através de Cartão de Crédito;
5) Envio de respostas ou informações via SMS;
6) Criação de outras formas de interação com os usuários, como Facebook e Twitterr;
7) Veiculação de propagandas do sistema na televisão e jornais, tanto para divulgar o sistema, mas principalmente esclarecer que o o Bike BH não se restringe a correntistas do banco patrocinador.

Além disso, eles pedem que a BHTrans intensifique as fiscalizações em realação ao sistema e aplique punição na empresa, se for necessário. Por meio de nota, a BHTrans informou que a Serttel  envia relatórios mensais à BHTRANS sobre o funcionamento do sistema.

“A fiscalização do sistema é de responsabilidade da BHTRANS. O Contrato prevê sanções administrativas em caso de descumprimento das obrigações pela SERTTEL, podendo ser advertência, multa ou até mesmo a rescisão do Contrato”, diz a nota. A empresa afirma ainda que concluiu a implantação das 400 bicicletas em funcionamento em 2014, a mesma informação é dada pela Serttel, que diz que não opera com a quantidade total de bicicletas para não encher as estações. 

"O projeto contempla 400 bicicletas disponíveis para compartilhamento, sendo parte na rua e parte em área técnica. As estações são mantidas com um número de bikes igual a 50% das posições de tratamento. Trata-se de uma medida mundial para garantir a perfomance com o mínimo de estações cheias/vazias. Ou seja, para ter 400 bicicletas nas ruas seriam necessárias 60 estações para garantir o desempenho. O Bike BH oferece 40 estações", informa a Serttel por meio de nota. 

A empresa afirma ainda que desde o lançamento do programa, em 7 de junho de 2014, foram realizadas cerca de 120 mil viagens. " que representa mais de 323 mil km percorridos, 8 voltas ao mundo e 43 toneladas de CO2 não emitidos à atmosfera (43 créditos de carbono)", informa a nota. Já são 82 mil usuários cadastrados no sistema. 
 

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