O morador de Belo Horizonte gasta diariamente, em média, uma hora para se deslocar para o trabalho ou para a escola. Ao final do mês, levando em consideração apenas os dias úteis, seriam cerca de 20 horas em deslocamento, ou seja, quase um dia inteiro preso no trânsito. Apesar disso, a população quer deixar o carro na garagem para usar o transporte público e realizar, se possível, suas atividades diárias perto da residência.
Os dados são de uma pesquisa feita em seis cidades-sede da Copa do Mundo – Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro –, a pedido de uma seguradora, que também mostra os anseios da população em relação à mobilidade urbana. Foram 950 entrevistados, com uma idade média de 29,7 anos, sendo que 49% eram mulheres e 51% homens. As perguntas foram respondidas através de um aplicativo de “smarth phone”, onde as pessoas inseriam os dados pessoais.
Quase metade da população da cidade (47%) ainda depende do carro como principal meio de mobilidade, embora 93% dos entrevistados tenham respondido que o ideal seria a mobilidade urbana fosse baseada em transporte público, bicicleta e deslocamento a pé.
“Acreditamos que a ascensão econômica da classe C e o acesso mais fácil ao crédito destravaram uma demanda reprimida para aquisição de automóveis no mercado”, pondera José Mello, superintendente de Pesquisa e Inovação da Liberty Seguros, empresa responsável pela pesquisa.
Mudanças. Segundo José Mello, as mulheres são mais sensíveis ao tema da mobilidade urbana. “Mesmo que o estudo não tivesse perguntas sobre gênero, nós percebemos que as mulheres responderam de forma mais consciente e otimista com a possibilidade de melhorias”, explicou Mello.
Para a maioria dos belo-horizontinos (60%), o caminho para mudanças no sistema de mobilidade urbana está nas mãos de ações individuais e coletivas. Em segundo lugar, aparece no voto, com 31% das opiniões.
Nos últimos cinco anos, 33% dos entrevistados de Belo Horizonte mudaram o meio de transporte utilizado. Desses, 67% migraram do transporte público para o carro. As principais justificativas foram redução do tempo de percurso, o conforto e o menor cansaço pelo tempo despendido com o trânsito. Por outro lado, 24% da pessoas que mudaram de meio de transporte, deixaram o veículo particular de lado para utilizar o transporte público ou passaram a realizar os percursos a pé.
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