Greve

Unidades hospitalares trabalham com escala reduzida

Hospitais João XXIII, João Paulo II, Alberto Cavalcante e Maternidade Odete Valadares diminuem atendimento a pacientes em função da greve de servidores da Fhemig

Por João Paulo Costa
Publicado em 30 de março de 2015 | 10:38
 
 
 
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Servidores da  Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) entraram em greve na manhã desta segunda-feira (30) e pelo menos quatro hospitais estão com o funcionamento reduzido.

A medida faz parte da paralisação dos trabalhadores que, por cerca de uma hora, fecharam o trânsito de uma das pistas da avenida Alfredo Balena, no bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, nesta manhã. Na ocasião, cerca de 400 servidores pediram aumento de salários e melhorias nas condições de trabalho.

Segundo o diretor da Associação Sindical dos Trabalhadores da Fhemig (Asthemg), Carlos Augusto Passos Martins, a greve afeta inicialmente os hospitais de Pronto-Socorro João XXIII, João Paulo II, Maternidade Odete Valadares e Alberto Cavalcante.

Martins diz que a paralisação ocorrerá de forma progressiva e se estenderá aos demais hospitais em Belo Horizonte e interior do Estado. “A Asthemg espera que apenas 30% do corpo de funcionários trabalhe nos setores de emergência. Tentamos negociar com o Estado e nada foi feito. Já se passaram três meses do governo Pimentel e o retorno que tivemos deles (governo) foi que não há recursos para nos atender”, lamenta.

De acordo com servidor a greve será mantida até que haja uma negociação efetiva. “Cansamos de ser enrolados.O que nós reivindicamos é um aumento salarial. A nossa tabela para nível médio, como técnico de enfermagem, por exemplo, não passa de R$840,00. Nós esperamos pelo menos a reposição dos três anos de inflação, que daria de 15 a 20%”, diz.

Outra reclamação feita pelo diretor da Asthemg é a falta de condições para atender pacientes. “Precisamos melhorar nossos serviços, também. Falta estímulo ao trabalhador e estamos operando de forma muito deficitária, pois faltam medicamentos e não há suporte estrutural e operacional”, afirma.

Situação difícil

Mônica Abreu Fernandes, terapeuta do Centro Psiquiátrico da Adolescência e Infância (Cepai) e uma das servidores em greve, diz que em cada dia da paralisação os trabalhadores darão ênfase aos problemas de uma unidade hospitalar. “Queremos chamar a atenção para a caótica situação dos 23 hospitais no Estado. Hoje, o foco será o Cepai, que é o único hospital que atende crianças e adolescentes com problemas psiquiátricos”, conta.

Segundo a terapeuta, a unidade localizada na região hospitalar da capital mineira apresenta vários problemas. “Está muito complicado. Hoje, no Cepai, faltam medicamentos que são fundamentais no tratamento dos pacientes. Além disso, até o lanche das crianças foi cortado e um aparelho de eletroencefalograma está parado, por falta de pessoal para operá-lo”, revela.

Encontro

A partir das 14 horas de hoje, na cidade Administrativa, os secretários de Planejamento Helvécio Magalhães e de Saúde Fausto Pereira dos Santos receberão um grupo de representantes da Asthemg, para debater questões relativas às reivindicações da categoria.

 

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