A partir desta sexta-feira (17), o acesso de carro ao centro histórico de Tiradentes, na região Central de Minas, ficará fechado aos fins de semana e feriados. A medida já foi havia sido testada no Carnaval e na Semana Santa e agora se torna permanente, com o objetivo de despoluir visualmente o centro histórico que costuma ficar abarrotado de veículos. A estimativa é que cerca de 1.500 veículos circulem pelo local somente em um fim de semana.
Segundo a secretária de Cultura e Turismo da cidade, Mônica Cardoso Gomes, a restrição é valida somente aos feriados e fins de semana, exceto para moradores da cidade, que poderão realizar um cadastro na prefeitura e adquirirem uma credencial para ter livre acesso ao perímetro histórico.
Os empreendimentos existentes no local, como lojas, restaurantes e pousadas, também poderão ter seus funcionários como credenciados.
Os hóspedes das pousadas que ficam dentro do perímetro poderão receber a credencial mediante a apresentação do voucher de confirmação de reserva, que deverá ser apresentado aos agentes de trânsito.
Ao fazer o check-in, o hóspede dessas pousadas e hotéis pode requisitar um passe livre, que deve ser devolvido ao administrador na hora do check-out.
Como a experiência já foi feita no Carnaval e na Semana Santa antes de se tornar oficial, muitos moradores e trabalhadores já estão cadastrados. A partir desta sexta, basta ir à prefeitura e retirar a credencial, que vale por um ano, para se ter acesso com veículos dentro do centro histórico.
“O objetivo principal dessa ação é a preservação desta área, tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e assegurar o patrimônio e protegê-lo do impacto causado pelo fluxo intenso de veículos", explica Mônica Gomes.
Segundo a secretária, ao restringir o fluxo de veículos na área, a consequência direta será a despoluição visual e a melhoria da qualidade de vida da população e dos trabalhadores. A intenção da prefeitura é melhorar também a experiência dos turistas, que poderão transitar livremente pela área sem competir com os carros.
Estacionamento
Com a restrição, fica proibido também estacionar os veículos nas ruas, exceto no caso de moradores que sejam autorizados pelo Iphan a fazer isso, por exemplo, em uma área a frente de sua respectiva residência. Além disso, há três pontos que foram definidos como permitidos para o estacionamento de veículos, por terem ruas mais largas.
No entorno do centro histórico, para além do fechamento, há cinco estacionamentos particulares onde os turistas poderão parar seus veículos e aproveitarem a visita. A medida está em consonância com uma campanha da prefeitura, chamada “Viva a história a pé”, que visa justamente estimular o trânsito de pedestres no perímetro histórico. “A experiência pode ser muito melhor aproveitada se esse turista tiver mais liberdade de circular pelo centro histórico a pé”, conta Gomes.
O fechamento acontece de forma física também, com estruturas de ferro contornando todo o local e impedindo o acesso de veículos. Acompanham a estrutura, placas de sinalização indicando que ali, o tráfego é proibido durante os dias estabelecidos.
O único acesso de carro acontecerá pela rua da cadeia, onde um fiscal da prefeitura estará a postos para liberar o acesso de veículos de moradores e funcionários que apresentarem suas credenciais.
Atrativos
Ainda conforme a secretaria de Cultura e Turismo de Tiradentes, Mônica Gomes, a estimativa é que pelo menos 1.500 veículos circulem pelo centro histórico durante o fim de semana, número que deverá ser consideravelmente reduzido com a proibição.
No perímetro histórico, estão também os principais pontos turísticos da cidade, como a Matriz de Santo Antônio, a igreja Nossa Senhora do Rosário, o museu casa de Padre Toledo, o museu da Liturgia, o museu de Sant´Ana, inaugurado no fim do ano passado, além do Centro Cultural Yves Alves, a igreja São João Evangelista, os sobrados Ramalho e Aimorés, e os Passos de Cristo.
Ainda de acordo com a secretária, a medida não deve inibir a visita dos turistas. “Acreditamos que vai ser exatamente o contrário, ao invés de inibir, irá estimular o turista a ter uma experiência melhor no centro histórico”, conclui.