Uma testemunha do acidente com o helicóptero modelo Robinson 44, que resultou na morte de duas pessoas no último sábado (20), no Sul de Minas, contou à Polícia Civil que os voos feitos naquele dia estariam sendo cobrados, contrariando a versão dada pelo piloto Bruno Abitbol de Andrade Nogueira, de 35 anos, e reforçando a possível irregularidade na viagem que ele iria fazer.
A aeronave era registrada como de uso particular, e Nogueira não tinha autorização para fazer voos comerciais. Quem revelou a suposta cobrança foi Rita Maria da Silva, de 57 anos, dona de um bar localizado às margens da represa de Furnas, em Fama. De lá, o helicóptero teria decolado e feito dois voos antes de cair, inclusive com um segundo piloto.
Rita contou ainda que Nogueira e esse outro pilotos apareceram no local pela primeira vez naquele sábado e não eram conhecidos dos moradores. “Eles chegaram e pediram permissão para fazer os voos aqui. Eu disse que tudo bem, contanto que não jogassem muita poeira no bar”, relatou Rita à reportagem de O TEMPO.
Sobre o paradeiro do segundo piloto, que estava em terra no momento do acidente, ela não soube informar devido à confusão que se instalou no local.
A Polícia Civil começou a ouvir ontem testemunhas do acidente. O delegado Eduardo Braga, da cidade de Paraguaçu, aguarda o laudo pericial para instaurar um inquérito, o que pode levar até 30 dias. Para não atrapalhar as investigações, nenhum detalhe dos depoimentos foi repassado à imprensa.
Mortes
Com a queda do helicóptero, morreram o militar Marcos Antônio Alves, de 44 anos, e sua companheira Lívia Reis Carvalho, de 27 anos. O piloto Bruno Nogueira chegou a fugir, mas se apresentou à polícia.