Descoberta surpreende cientistas da agência

WASHINGTON – A descoberta de microrganismos em um ambiente esterilizado surpreendeu cientistas da Nasa. “Fiquei surpreso com o que descobrimos”, disse Kasthuri Venkateswaran, microbiólogo do Laboratório de Propulsão a Jato. “E enquanto continuamos a recolher amostras adicionais nas salas limpas, podemos nos deparar ainda com mais surpresas.”

Catherine Conley, bióloga que trabalha como oficial de proteção planetária na sede da Nasa, disse que a agência há muito suspeitava de que os organismos anteriormente detectados nas salas limpas não representavam a variedade total que estava lá. Segundo ela, as técnicas atuais de limpeza matam a maioria dos micróbios comuns e a conseqüente falta de competição poderia contribuir para o número e a diversidade dos sobreviventes duráveis encontrados na abordagem de teste genético.

“Sabemos que as salas limpas podem ficar muito mais limpas, e algumas são”, disse Catherine, citando algumas usadas pelas indústrias farmacêuticas e de semicondutores. “O problema é o custo. Elas são muito caras para serem construídas e mantidas.” Espaçonaves que vão para áreas onde a vida extraterrestre é mais provável de ser encontrada, como planetas ou luas com água identificável, podem ser esterilizadas por um método de calor que essencialmente os assa durante horas. Mas, segundo ela, existe o risco de dano aos componentes.

De acordo com Catherine, a Nasa está experimentando técnicas diferentes, inclusive a infusão da espaçonave em peróxido de hidrogênio vaporizado ou em plasma frio de gás ionizado, para combater o problema. A contaminação de espaçonaves não é exclusividade dos Estados Unidos, destaca Catherine. Todas as agências espaciais que enviam objetos para fora do planeta seguem regras de limpeza de uma organização internacional chamada Comitê sobre Pesquisa Espacial. (WEL)