Anastasia quer mostrar que casa era de outro político
Disposto a provar que é inocente e encerrar o inquérito em que é investigado pela suspeita de ter recebido R$ 1 milhão de um emissário de Alberto Youssef, o senador Antonio Anastasia (PSDB) já tem estratégias de defesa prontas. A principal delas é demonstrar que a casa citada pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, na verdade, funcionava como quartel-general da campanha de outro candidato naquelas eleições. Há dois nomes liderando a lista de “suspeitos”, ambos do PMDB. Os dois figurões do partido disputaram cargos nas eleições 2010, período em que o policial, conhecido como Careca, afirmou ter feito a entrega em uma residência da capital mineira.
Em seu depoimento na operação Lava Jato, Careca, que era emissário de Youssef, detalhou a localização da residência, mas não deu o endereço exato nem confirmou a quem ela pertenceria. “Onde tem o shopping, tem a BR–040, em frente ao shopping, na pista descendo, tem um morro, é uma colina. É lá em cima desse morro. Vindo pela rua que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, após passar pelo shopping que fica na entrada da cidade, existem alguns redutores de velocidade, então você sai à direita e começa a subir o morro. A casa fica voltada para o shopping. É uma casa térrea, ou seja, não parece ser um sobrado para quem olha de frente, não me lembro a cor, o portão abre na horizontal. Na frente da casa existe uma grade”, diz o trecho do depoimento do policial federal.
Na região apontada, há diversas casas com as características citadas pelo policial federal. A defesa de Anastasia vai requerer que Careca vá até o local e aponte qual delas seria a residência da entrega. A partir daí, será mais fácil identificar se o espaço teria sido utilizado por outro político. Como Jayme não diz textualmente que entregou o dinheiro a Anastasia, mas apenas apontou, em uma fotografia, que seria parecido com o destinatário, os tucanos apostam que a localização do endereço é crucial para esclarecer, definitivamente, o fato.
Querida pelos fiscais
Líder de governo, o vereador Preto (DEM) fez um discurso de mea-culpa, referindo-se ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), criticado pela insegurança na construção de viadutos em Belo Horizonte: “Errar é humano. O senhor é um ser humano que erra e acerta, mas tem feito de tudo para acertar com a nossa cidade”, bradou. Por outro lado, alguns estranharam o discurso “em cima do muro” de um ex-líder de governo de Lacerda, Tarcísio Caixeta (PT), que elogiava a presença do chefe do Executivo e o diálogo, mesmo com algumas “ideias divergentes”: “Caixeta devia logo sair do PT”, disparou um opositor da gestão Lacerda que assistia ao discurso do petista. O PT rompeu com Lacerda durante a disputa eleitoral de 2012, quando lançou o nome de Patrus Ananias (PT), hoje ministro de Desenvolvimento Agrário.
Um grupo de dez pessoas celebrou o aniversário de 51 anos do golpe militar durante a tarde de ontem, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles estenderam cartazes e faixas de apoio e agradecimento às Forças Armadas, que, no episódio, segundo eles, teriam “livrado o Brasil da ameaça comunista” ao retirar o presidente eleito João Goulart do poder. A cena aconteceu em frente do comando da 4ª Região Militar, no Gutierrez, e chamou a atenção de quem passava pelo local. Um ciclista, que passava pelo local, gritou que comprassem livros de história e eles não reagiram.
Movimentos de esquerda realizam, às 18h30 de hoje, na sede do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, uma sessão de debates sobre o golpe militar e a ditadura que governou o Brasil durante o período de 1964 e a 1985. O encontro, nomeado de “Repúdio ao golpe de 64! 51 anos! Abaixo a ditadura!”, contará com a presença de figuras históricas da luta contra o regime ditatorial. Na mesma toada, militantes de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, realizam, às 17h, o “Ato contra o golpe de 1964”. O evento acontecerá na área central da cidade, no Calçadão, em frente ao Banco do Brasil.