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Comunista oferece ‘boa cova’ a conservadores e gera polêmica

Em contrapartida, várias entidades e partidos de esquerda assinaram representações de apoio a Mauro Iasi

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PUBLICADO EM 28/10/15 - 03h00

Um pronunciamento de Mauro Iasi, dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB), candidato à Presidência em 2014, causou polêmica e a ira de militantes de direita. Isso porque, durante o 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, realizado no Rio, Iasi disse que só é possível enfrentar os conservadores “radicalizando a luta de classes”. A fala vem em um momento em que a esquerda vive dias difíceis com o calvário de seu representante mais bem-sucedido eleitoralmente, o PT.

Além de críticas aos conservadores, o comunista declamou o poema “Perguntas a um homem bom”, de Bertolt Brecht, que tem como base a conversa do poeta com um empresário de direita, que se diz homem do “bem”, mas que defende as posições do mercado contra o trabalhador.

Mas foi ao fim do discurso, que se assemelha ao trecho final do poema de Brecht, que Iasi foi ovacionado pela plateia de trabalhadores. “Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala e vamos oferecer, depois de uma boa pá, uma boa cova. Com a direita e o conservadorismo, nenhum diálogo, luta”, disse.

Devido ao conteúdo da fala, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) protocolou, na última semana, no Ministério Público Federal, uma representação contra o comunista. Além disso, militantes de direita criaram no Facebook, a página Mauro Iasi Comunista Bandido, com ofensas e ameaças ao dirigente do PCB, inclusive com a divulgação do seu endereço.

Em contrapartida, várias entidades e partidos de esquerda assinaram representações de apoio a Mauro Iasi. Entre as instituições estão PSOL, PSTU, MST, intelectuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da PUC de São Paulo.

Procurado pelo Aparte, Mauro Iasi afirmou que sua fala, na verdade, foi editada. “Tudo isso é fruto de uma manipulação que foi feita por vídeo. E, junto desse vídeo, vieram mensagens que geraram uma histeria coletiva. Até ameaças de morte contra mim e contra minha família eu recebi”, disse.

Segundo ele, o cenário reflete o atual “período de despolitização” do país. “Estamos em uma crise que gera caricaturas e discursos de ódio. Isso tudo é uma cortina de fumaça. O que preocupa, mesmo, é o que tentam encobrir com esse tipo de ação”.

Cadê o site?

Criado no início do ano para mostrar os índices de gasto de água e o nível dos reservatórios em meio à crise hídrica, o site Copasa Transparente deixou de existir. Agora, quando se entra no endereço, o internauta é levado diretamente para o site institucional da estatal mineira. Um interlocutor indagou, ao Aparte, sobre a “coincidência” entre o fim do portal de transparência e a convocação da presidente da Copasa, Sinara Meireles Chenna, pela Comissão Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A comissão quer saber da estatal se está havendo um “rodízio velado” de abastecimento na Grande BH, disfarçado de manutenção preventiva. Segundo a assessoria da Copasa, o site foi tirado do ar porque se fundiu com o oficial, com todas as informações sendo encontradas, agora, no portal.

Merenda superfaturada

O prefeito Pablo Emílio (PPS), de Patrocínio do Muriaé, foi condenado, nesta terça, pelo Ministério Público Federal (MPF), por corrupção, pelo crime de improbidade administrativa. Pablo Emílio foi acusado de comprar alimentos para a merenda escolar a preços superfaturados, além de pagar pela compra de produtos que nunca foram entregues às escolas municipais, como 68 kg de alcatra, 95,5 kg de contrafilé, 33 kg de mamão Papaya, 31 sacolas de pão para cachorro-quente e 51 caixas de 114 g de caldo de galinha (produto que, por sinal, tem uso proibido na merenda escolar). As fraudes foram praticadas com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

FOTO: Roberto Stuckert Filho/PR
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Homenagem no Palácio do Planalto

Atletas. A presidente Dilma Rousseff destacou nesta terça, durante homenagem no Palácio do Planalto aos atletas que receberam medalhas nos Jogos Mundiais Militares, a importância da cooperação e do respeito ao adversário para que uma equipe possa ser vitoriosa. Os Jogos Militares foram realizados no início deste mês, na Coreia do Sul, e o Brasil ficou em segundo lugar, tendo conquistado 84 medalhas. Também participaram da cerimônia o ministros do Esporte, George Hilton, e da Defesa, Aldo Rebelo. “Além de essa conquista ser muito expressiva, ela evidencia valores que todos nós queremos incorporar, não só na atividade esportiva”, disse a presidente.

R$ 1,8 mi É O VALOR que a Câmara Federal empenhou para a compra de 560 computadores portáteis tipo “notebook”. Eles serão utilizados na área de tecnologia da Casa.

Contra o feiticeiro

Militantes ligados ao PT criaram, nesta terça, a campanha #Lula70 para festejar, nas redes sociais, o aniversário do ex-presidente. A ação, apesar de ter sido um dos assuntos mais comentados do Twitter, não saiu como esperado e logo se tornou um chamariz de críticas e acusações ao líder petista. “#Lula70 é pra numerar o número de investigações nas quais ele está envolvido”, disse um dos tuiteiros. O timing da campanha também não foi dos melhores, já que, nesta semana, um dos filhos de Lula foi colocado como alvo da operação Zelotes, da Polícia Federal.

No celular

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Sávio Souza Cruz, levou um puxão de orelha durante audiência pública nesta terça na Assembleia, que durou sete horas. Entre uma fala e outra, uma das participantes tomou o microfone e disse que o secretário estava distraído e não parava de mexer no celular. No final da audiência, Sávio pediu desculpas, disse que realmente estava muito cansado devido à agenda e alfinetou: “Não se exige atenção de quem fala, se exige silêncio. Quem reclamou de mim depois vaiou os que estavam falando. Peço respeito ao contraditório, que é uma das marcas desta Casa”.

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