Presidente da Câmara de Curvelo é acusado de pedofilia 

Denúncias de pedofilia feitas por uma menor de idade têm causado, desde o ano passado, confusão no município de Curvelo, na região Central do Estado. Isso porque o presidente da Câmara da cidade, vereador Duarte Severino Gomes (DEM), é um dos réus no processo de estupro de vulnerável. A ação, aberta em outubro de 2014 após encaminhamento do Ministério Público (MP) ao Tribunal de Justiça de Minas (TJMG), corre em segredo de Justiça. Além do vereador, outras dez pessoas são investigadas por envolvimento no caso – sendo duas mulheres.

O Aparte entrou em contato com a assessoria de imprensa da Câmara Municipal. Uma das servidoras do local que atendeu a ligação afirmou acreditar que o vereador é inocente, mas fez comentários que colocam em dúvida a conduta da vítima. “As meninas hoje em dia não são fáceis. Vem muita adolescente aqui na Câmara pedir coisa, pagar conta e tudo. E elas sempre vêm com roupa curtinha, saia pequena, decote. Quando elas se reúnem (com o vereador Duarte Severino Gomes), ele até pede que eu fique junto na sala”, diz.

Segundo noticiado na cidade, a adolescente teria denunciado ao Conselho Tutelar local ter mantido relações sexuais com um militar que apresentava um programa jornalístico. Em setembro, após a denúncia, o MP solicitou a prisão do militar. Depois do episódio e em liberdade, o homem teria “ameaçado” a jovem. Novamente preso, o militar denunciou os nomes de outros envolvidos no caso, entre eles, o do vereador. Como o processo corre sob sigilo, nem o MP nem a Justiça mineira deram detalhes ou confirmaram a situação atual da investigação.

A coluna conversou com o vereador Duarte Severino Gomes, que afirma que a rivalidade política no município pode estar no centro das denúncias. “Há um jornal na cidade que veicula muita mentira e calúnia sobre mim. E esse jornal é da prefeitura, mantido pela prefeitura. E eu sou rival do prefeito, ou seja, é uma retaliação política”, afirma. Questionado sobre o envolvimento no processo, ele afirmou “ainda não saber por que foi citado”.

“Eu nunca cometi erro desse tipo. Sou inocente, não sei de nada desse caso. Não conheço a menina nem a família dela. Tenho confiança de que serei absolvido”, diz, demonstrando incredulidade quanto à acusação. “O Conselho Tutelar é um órgão da prefeitura. O que dá pra considerar com isso?”.

A assessoria da Prefeitura de Curvelo afirma que “não possui nem sustenta” um jornal, sendo que “todos da região recebem verba de comunicação proporcional ao tamanho de suas vendas”. A administração municipal disse, ainda, desconhecer “qualquer relação entre a influência da prefeitura e o caso citado”.