BRASÍLIA (DF). Nas duas grandes decepções da seleção brasileira em Copas do Mundo jogadas no Brasil houve quem procurasse culpados. No Mundial de 1950, após o escrete canarinho perder para o Uruguai na finalíssima, o goleiro Barbosa foi eleito o vilão. Até o jogo das semifinais da Copa deste ano, ele era, quem sabe, o maior dos vilões eleitos na história do futebol nacional.

Depois da maior goleada sofrida pelo Brasil em Mundiais, no dia 8 de julho de 2014, mais uma vez houve quem tentasse encontrar “o culpado”, o maior responsável pelo vexame extremo da seleção. Felipão, por ter escalado um meio-campo desprotegido, e o jovem Bernard foram citados.

Em entrevista ao Super FC, Bernard revelou chateação com certos comentários de jornalistas. Na visão do ex-atleticano, alguns membros da imprensa deixam análises ponderadas de lado para atacar diretamente jogadores e técnicos.

“Não ligo a televisão para ver tantos comentários babacas. Várias coisas babacas que vemos na mídia, pessoas com más intenções, nunca com críticas construtivas. Sempre tentando atingir diretamente o jogador. É muito fácil essas pessoas sentarem na cadeirinha, atrás da tela e falar mal dos atletas. Até ex-jogadores estão falando mal nessa Copa do Mundo”, reclamou.

Apesar de estar insatisfeito com algumas pessoas que tentaram jogar o peso da derrota em suas costas, o jogador mais jovem da seleção nesta Copa mostrou personalidade para lidar  com as críticas.

“É difícil, complicado, mas não podemos nos deixar atingir por isso. Vivi momentos complicados, de muitas críticas e dúvidas, desde o momento que fui para o profissional do Atlético. Mas tive capacidade para mostrar do que eu era capaz. Há três anos eu estava no Democrata de Sete Lagoas e cheguei à Copa do Mundo. Tenho certeza que, por vontade ou não, por querer ou não de algumas pessoas, estou na seleção. Não tenho que provar para ninguém, só para mim mesmo que sou capaz e procurar melhor cada vez mais”, desabafou.