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Matriz energética

Modelo é bom, faltou planejar 

Problema não é concentração em hidrelétricas, mas subutilização de fontes alternativas

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Furnas. Reservatório, em Minas Gerais, está atualmente com 9,5% da capacidade; em janeiro de 2014, estava com cerca de 46%
PUBLICADO EM 01/02/15 - 03h00

Em curto prazo a única saída para evitar os apagões é o racionamento de energia, segundo o professor de planejamento energético da Universidade Fumec Virgilio Almeida Medeiros. Especialistas afirmam que a situação complicada para a geração de energia vivida no país não é culpa do modelo escolhido, com foco nas hidrelétricas. Para eles, o que levou à situação que temos hoje foi a falta de planejamento. Medeiros afirma que a matriz hidráulica é uma boa opção para o país. “O que temos que fazer é otimizar as demais formas de geração. A eólica representa 2% da nossa matriz, enquanto em países como a Alemanha, chega a 30%.”,

 

Outra opção, conforme ele, seriam as usinas nucleares, que tem tarifas atrativas, por volta de R$ 25 megawatt-hora. “Elas são confiáveis. E os acidentes que são lembrados por algumas pessoas estão no passado. Agora, o investimento tem que ser bem estudado. Um dos pontos que merece destaque é o de resíduos sólidos, que tem que ser feito de forma adequada”, diz.

Entre os problemas dessa matriz estão o preço alto do investimento e a demora para ser concluída. “Angra III está estimada em R$ 2 bilhões. E o prazo médio para a usina operar é de oito a dez anos”, observa. De acordo com ele, se o país tivesse quatro usinas nucleares, o apagão teria sido evitado.

Para ele, a energia solar também poderia ser mais disseminada no país. “É preciso que haja mais incentivos. Em São Paulo, o governo tirou os impostos que incidem na cadeia. É uma medida que poderia acontecer em todos os Estados brasileiros.”, conta.

O coordenador do MBA em setor elétrico da Faculdade IBS da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Diogo Mac Cord de Faria, também defende as hidrelétricas. “É uma fonte limpa e possibilita a armazenagem da energia potencial, em forma de água nos reservatórios. O problema é mais estrutural, como falta de planejamento, do que conjuntural, como a falta de chuva.”

Faria afirma que, além de os custos por MWh das usinas nucleares serem baixos, elas podem ficar próximas dos centros de carga, eliminando a necessidade de grandes linhas de transmissão. “Elas possuem baixa ocupação do solo, são extremamente confiáveis como fonte e não têm impacto ambiental na geração, a fumaça que vemos é apenas vapor d’água. O único problema é o descarte do material nuclear, para o qual existem procedimentos complexos, mas já consolidados em todo o mundo.”

Medeiros lembra que a usina de Belo Monte começou a ser construída há 22 anos, entretanto, até hoje não gerou nenhum megawatt de energia. “Há usinas eólicas que estão prontas, mas não há linhas de transmissão para escoar a energia. Falta planejamento, muitos investimentos não são concluídos, são feitos pela metade”, frisa.

Entenda

Térmicas. Todo tipo de energia gerada a partir de um processo de queima é térmica. Seja gás, carvão, petróleo e até mesmo a biomassa, como bagaço da cana-de-açúcar, por exemplo.

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