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CORRIDA ELEITORAL

Dilma ataca Marina e nanicos fazem 'tabela' para criticar favoritos

Evento aconteceu na TV SBT e contou com a participação de seis candidatos à Presidência da República

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PUBLICADO EM 01/09/14 - 18h18

A presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, abriu o debate promovido nesta segunda-feira (1º) pela Folha, UOL, SBT e Jovem Pan pressionando a adversária do PSB, Marina Silva, a explicar onde pretende buscar o dinheiro para realizar as promessas de campanha, apresentadas em seu programa de governo na semana passada.

Em tom provocativo, Dilma questionou: "Você diz que vai antecipar 10% do PIB para a Educação, 10% da receita bruta da União para a Saúde e passe livre para estudantes de escola pública. No total, são despesas de R$ 140 milhões. De onde vai tirar os recursos?".

Em sua resposta, Marina respondeu que "não são promessas", mas "compromissos", e disse que conseguirá os recursos necessários "fazendo as escolhas corretas" e "não manter as escolhas erradas".

"Quando é dinheiro para banqueiro, ninguém questiona de onde vem o dinheiro. O que nós vamos fazer é as escolhas corretas", rebateu a candidata do PSB.

Em seguida, Dilma voltou a alfinetar a adversária, afirmando que Marina "falou" muito, mas não foi clara em sua resposta.

"A senhora falou, falou, mas não respondeu a pergunta de onde vai vir o dinheiro. Quem governa deve saber de onde vir o dinheiro", disse Dilma.

"As promessas da senhora equivalem ao montante que nós gastamos em Saúde e Educação. E nós triplicamos os valores repassados a essas áreas", afirmou a candidata à reeleição.

Dilma ainda acusou Marina de ignorar, em seu programa de governo, os recursos do pré-sal. Marina, no entanto, rebateu a afirmação.

"O dinheiro do pré-sal já está assegurado e nós vamos fazer bom uso do dinheiro. Vamos antecipar a meta com investimento na educação em tempo integral. O pré-sal deve ser explorado. A ideia cartesiana de governo só enxerga uma alternativa, nós vamos pensar em vários meios, com busca de novas fontes de renda e energia", disse Marina.

ECONOMIA

O tema economia também domina o debate entre os presidenciáveis. O candidato do PSDB, Aécio Neves, lembrou que o PIB brasileiro caiu 0,6% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. Com o resultado, economistas avaliaram que o Brasil entrou em recessão técnica.

Em pergunta para o candidato Eduardo Jorge (PV), o tucano questionou a condução da economia do país.

"Ouvimos a presidente dizer no último debate que não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o Brasil está em recessão. O senhor se preocupa com a condução da economia no Brasil?", questionou Aécio.

Após o primeiro debate na TV, realizado na semana passada, Dilma e Marina apareceram empatadas na última pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (29), com 34% das intenções de voto. Já Aécio aparece na terceira posição, com 15% da preferência do eleitorado.

Com a subida de Marina nas pesquisas, a campanha petista tem elevado as críticas à adversária, questionando, em seus programas eleitorais, a experiência da candidata. Já a campanha tucana, aposta nas críticas à condução da economia para derrotar a concorrente do PT.

Depois, os candidatos com menores índices nas pesquisas de intenção de voto focaram em realizar 'dobradinhas' para atacar e criticar os três principais nomes, que Eduardo Jorge (PV) chamou de 'G-3' e Luciana Genro (PSOL) de 'irmãos siameses'.

Momentos depois, foi a vez do candidato tucano Aécio Neves (PSDB) perguntar ao ambientalista Eduardo Jorge (PV). O ex-governador de Minas aproveitou a pergunta para alfinetar a política econômica do governo Dilma, afirmando que o crescimento do PIB e a inflação seriam culpa das atitudes tomadas pela equipe petista.

Depois, Pastor Everaldo (PSC) questionou ao candidato Levy Fidelix (PRTB) sobre a ausência de um ministério que trate sobre a Segurança Pública. Para o ex-deputado, a melhoria das condições dos policiais e o aumento do salários dos servidores de segurança pública é essencial. Ele ainda alfinetou o religioso ao afirmar que a Petrobras é imprivatizável, citando uma das propostas de Everaldo.

SEGUNDO BLOCO

Questionada sobre as empresas que pagaram R$ 1,6 milhão por suas palestras nos últimos três anos, a presidenciável Marina Silva (PSB) não vê problema caso as companhias queiram revelar que a contrataram.

"Eu não tenho nenhum problema em revelar as empresas que me contrataram. Todos sabem que dou palestras sobre o desenvolvimento sustentável em todo o país, e não vejo contradição entre isso e a nova política", disse a ex-senadora, que participa nesta segunda-feira (1º) de debate entre os candidatos à Presidência promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan.

"A Receita Federal é testemunha que pago todos os meus impostos com transparência."
O valor pago a Marina por palestras foi relevado pela Folha de S.Paulo no domingo (31). Em pouco mais de três anos, Marina diz que assinou 65 contratos e fez 72 palestras remuneradas. Ela se recusa a identificar os nomes das empresas e das entidades que pagaram para ouvi-la, alegando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade.

No ano passado, Marina pediu a entidades que a tinham contratado para não divulgar seu cachê.
A candidata também afirmou, em sua resposta, que gostaria de ver um comparativo entre os grupos que a contrataram e aqueles que pagaram aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Tanto Lula quanto FHC também mantêm em segredo os valores que recebem e a identidade de seus clientes.

Para a peessebista, não há contradição no pagamento por palestras e a chamada "nova política".
"É por causa da nova política que nunca busquei um cargo público para poder sobreviver. A vida toda eu trabalhei como professora, e quando fui parlamentar, nunca cobrei por qualquer palestra", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff (PT), escolhida para comentar a resposta de Marina, fez defesa da transparência nos cargos públicos. "A questão da governabilidade implica em transparência. Nunca deixei de fazer algo que não fosse a favor do Brasil", disse.

Marina, em sua tréplica, rebateu a petista. "Eu busco a transparência e também para os R$ 500 milhões destinados ao BNDES que não estavam no orçamento público."

A pergunta seguinte foi direcionado ao candidato Pastor Everaldo, que foi acusado, em 2012, de ter agredido a mulher. Em sua resposta, o religioso afirma que foi casado por 22 anos mas 'não teve êxito' e respondeu que 'nunca agrediu ninguém'. Em comentário, o tucano Aécio Neves afirmou que foi a favor da criação da Lei Maria da Penha.

Os presentes foram aos risos quando Eduardo Jorge iria comentar a resposta de Levy Fidelix, mas acabou afirmando que 'não tenho nada a ver com isso'.

TERCEIRO BLOCO

Na volta, Dilma foi questionada por Marina Silva, em novo embate, sobre os rumos da economia do país. Dilma foi cobrada a explicar os motivos da queda do PIB brasileiro e, pressionada, negou que o Brasil enfrente uma recessão.

"Nós não estamos em recessão, porque o mercado consumidor ele aumenta por conta do emprego e por conta do aumento de salários", defendeu Dilma.

"A queda da atividade econômica atual é momentânea. A seca e o prolongamento da crise econômica tem um grande impacto", afirmou.

"Agora, a economia internacional não se recuperou da crise. Os Estados Unidos, Alemanha e Japão também estão ruim. Os EUA tiveram crescimento negativo no primeiro trimestre. Alemanha e Japão no segundo", disse a candidata.

Na última sexta-feira (29), o IBGE revelou que o PIB brasileiro caiu 0,6% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. O resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente). Para analistas, o Brasil está em recessão técnica.

Convidada a comentar a resposta da adversária, Marina Silva (PSB) acusou a presidente de não admitir os erros.

"A candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende fazer um segundo mandato: que é reconhecer os erros. Porque se não reconhece os erros, não tem com o repará-los", comentou Marina.

"Ela se elegeu falando que ia controlar a inflação. Hoje, nós temos inflação alta (...) e a população paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços públicos. Para o governo, quando tudo vai mal, a culpa é da crise internacional."

A presidente, então, rebateu questionando a proposta de Marina Silva, que defende a autonomia do Banco Central.

"Propor como forma de solucionar da crise econômica, a autonomia do Banco Central pode ser um erro", rebateu Dilma que, novamente, voltou a exaltar o sucesso da organização da Copa do Mundo para pregar otimismo em relação à economia do país.

"Pessimistas de plantão costumam criticar tudo. Falavam que a Copa não ia dar certo, mas deu, por causa do governo e dos Estados. (...) O pessimismo é uma péssima forma de avançar", completou.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, também aproveitou o tema para pressionar a candidata do PT. Em mais de uma ocasião, mesmo quando era convidado a abordar outros temas, o tucano aproveitou para alfinetar a gestão atual.

"O governo do PT perdeu um longo período que poderia fazer esses investimentos, parcerias com o setor privado é fundamental", disse.

"Ouvimos a presidente dizer no último debate que não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o Brasil está em recessão."

Em seguida, a psolista Luciana Genro cutucou Marina afirmando que suas propostas sobre LGBT não duraram 'quatro tuítes do Malafaia', fazendo referência à errata publicada pelo PSB na sessão sobre direitos gays logo após o pastor criticar as propostas da ex-senadora.

Depois, Levy Fidelix questionou Aécio Neves sobre como resolver a questão do transporte público no país – voltando a citar o AeroTrem, histórica proposta histórica de Fidelix. Em resposta, o ex-governador de Minas afirmou que o transporte sob trilhos pode ser uma saída para São Paulo, mas pode não resolver o problema em outros locais.

A presidente Dilma Rousseff voltou, logo em seguida, a ter postura destacada no debate. Ao ser perguntado por Aécio Neves sobre os investimentos do governo na área de segurança pública, a presidente afirmou que o tucano está 'equivocado' e que os principais financiamentos feitos em Minas foram por parte da União. 

O candidato Levy Fidelix voltou a bradar contra a 'imprensa vendida' e arrancou risos dos presentes no estúdio.

No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.

Com Folhapress
Rádio Super

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