Rio de Janeiro. A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta quinta que, nos últimos dias, tem visto manifestações espontâneas nas ruas, o que chamou de “uma espécie de virada”. A petista atribuiu o fato a um aumento “de consciência, adesão e convicção” que ocorre em períodos eleitorais. “É um movimento mais popular do que partidário”, disse.

“Eu vi nos últimos dias, por exemplo, em Recife, uma manifestação espontânea, com muitas pessoas. Uma movimentação popular. Tinha mais de 60 mil pessoas”, disse Dilma a jornalistas em coletiva de imprensa no Rio. A petista afirmou “nunca ter visto nada igual”. “Eu acredito que está havendo uma espécie de virada, há uma virada visível nas ruas. Vi isso também em Duque de Caxias (RJ), no Tuca, em São Paulo, e em vários outros lugares”.

Com problemas para falar e às vésperas do último debate – que acontece nesta sexta à noite na Rede Globo –, a presidente afirmou que ainda não tinha notícias sobre as últimas pesquisas eleitorais e que fez tratamento para a voz na tarde desta quinta. “Não li nada, eu estava fazendo um tratamento para a voz, não tive conhecimento”, afirmou. A candidata disse ainda que o resultado “só estará consolidado quando fechar a urna e começar a apuração”.

Já o presidente do PT, Rui Falcão, convocou os funcionários e colaboradores do comitê da petista em Brasília para festejar os números, mas pediu que fosse evitado o clima de “já ganhou”.

Dilma está hospedada em um hotel na zona Sul do Rio de Janeiro. Nesta quinta, ela não teve agendas públicas de campanha além da coletiva de imprensa no fim da tarde. Durante a manhã, ela esteve reunida com sua equipe de campanha. O chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, um dos coordenadores da equipe, participou do encontro.

Ao chegar ao hotel, Mercadante não quis gravar com a imprensa. Ele disse apenas que a presidente está animada e que recuperou a voz, afetada por uma rouquidão constante nos últimos dias. “Você viu o astral do programa ontem (nessa quarta)?”, perguntou o ministro a um repórter, antes de concluir: “Quem você acha que vai ganhar?”.

Índios. Em carta endereçada aos povos indígenas do Brasil, a presidente reiterou a oposição à Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215), que dá ao Congresso a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. A PEC 215 é uma das principais bandeiras da bancada ruralista.

Convênios

ONG. A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff, recebeu R$ 587,3 milhões em convênios do governo federal nos últimos quatro anos.