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Risoleta Neves

Usina ajudaria a conter lama 

Temendo novo desastre, Justiça manda esvaziar hidrelétrica no rio Doce para guardar rejeitos

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Enxurrada. Apesar de hidrelétrica ter liberado água, onda de lama tomou reservatório após rompimento

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PUBLICADO EM 01/12/15 - 03h00

O reservatório da usina hidrelétrica Risoleta Neves, em Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata, é visto por especialistas como uma medida paliativa para contenção de rejeitos de minério caso uma nova barragem da mineradora Samarco se rompa. Na última sexta-feira, o juiz Michel Curi e Silva, substituto da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual, determinou a requisição da usina, de propriedade do Consórcio Candonga, para eventual contenção de rejeitos. Ele ordenou que o reservatório fosse esvaziado em um prazo de dois dias a partir da notificação. O consórcio, formado por Cemig e Vale, informou que ainda não foi oficialmente informado da decisão pela Justiça.

Em nota divulgada ontem, o Candonga afirmou que a usina já está em seu nível mínimo. A empresa explicou que, após o rompimento da barragem, no dia 5 de novembro, acionou seu plano de emergência liberando a água do reservatório de forma controlada. A geração de energia foi suspensa no dia 6.

O coordenador do projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, acredita que a estrutura pode ajudar a minimizar os danos em caso de um novo desastre. “É uma medida emergencial, uma tentativa de contenção, já que a usina fica no meio do caminho. Num primeiro momento, pode conter uma quantidade razoável de rejeitos e entulhos que chegam com a lama. Mas vale lembrar que a Germano, por exemplo, é uma barragem bem maior que Fundão. Com certeza ela não retém todo o rejeito, apenas mitiga”, opinou.

Segundo inquérito instaurado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que norteou a liminar do magistrado, as estruturas das barragens remanescentes, Germano e Santarém, estariam comprometidas. Estudos técnicos também demonstrariam acentuado risco de uma nova tragédia, ainda mais devastadora que a provocada pelo rompimento de Fundão.

Diante da situação, que o juiz classificou como “iminente perigo público”, a ação determina ainda que a Samarco apresente, até amanhã, um estudo com a projeção atualizada de possíveis cenários em caso de rompimento das barragens e demais estruturas (diques 2, Sela, Tulipa e Selinha). A multa diária para o não cumprimento da determinação no prazo é de R$ 1 milhão.

Por meio de assessoria de imprensa, a Samarco informou que foi oficialmente notificada da decisão e está avaliando o documento.


Hidrelétrica de Valadares será recuperada após retirar rejeitos



Ainda não é possível mensurar os prejuízos provocados pela onda de rejeitos que desceu da barragem da Samarco, e que também atingiu a usina hidrelétrica de Baguari, em Governador Valadares, na região do Rio Doce.

“Vamos fazer uma inspeção sub-aquática para saber se vai ser preciso fazer dragagem. Mas só vamos poder fazer isso quando a lama passar totalmente. Só depois que voltar ao normal, podemos fazer a avaliação do prejuízo”, explicou Walter Guimarães Leite, gerente geral da hidrelétrica. 

Com a interrupção das atividades da usina por causa da passagem da lama, Baguari deixou de gerar 140 megawatts de energia por dia, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 450 mil habitantes.
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