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Mineirão 50 Anos

O Mineirão ressurge

Foram dois anos e oito meses de espera para que os mineiros reencontrassem sua grande casa

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PUBLICADO EM 04/09/15 - 08h54

Seis de junho de 2010. O Gigante, que há quarenta e cinco anos fazia pulsar acelerado os corações dos fiéis e apaixonados torcedores mineiros, via o fim de um ciclo acontecer. Depois de tantas décadas sendo cenário principal de grandes espetáculos nas quatro linhas, era hora de dar um tempo. A honra de receber a sua primeira Copa do Mundo exigia do nosso Mineirão uma nova cara, mais moderna, mas sem perder a eterna essência construída a cada duelo ali disputado.

Foram dois anos e oito meses de espera. Mas para aqueles acostumados à visitar semanalmente a sua "segunda casa", parecia um sofrimento eterno passar pelas avenidas no entorno do estádio sem poder pisar nas suas "vibrantes" arquibancadas. Uma dor que já refletia também nos principais times da capital mineira e que por muito pouco não se traduziu em tragédia para o futebol no Estado.

Se para alguns a ausência do Gigante parecia inofensiva, para os dois maiores clubes de Minas quase custou caro. Em 2011, Atlético e Cruzeiro viram de perto o fantasma do rebaixamento. Por causa das obras, as duas equipes foram obrigadas a jogar longe de casa e o saldo no Campeonato Brasileiro não foi bom: um 15º e 16º lugares, respectivamente, à margem da degola. Que falta fazia o Mineirão!

Por outro lado, os prazos estabelecidos pela Fifa não davam trégua, e as máquinas seguiam de vento em popa. A fachada original foi mantida, mas do lado de dentro, um novo Mineirão começava a tomar forma. O campo, agora com um gramado especial, foi rebaixado em 3,4 metros, e a geral deu lugar a novos assentos, aproximando o público ainda mais de seus ídolos. A cor vermelha antes predominante nas arquibancadas abriu espaço à neutralidade do cinza. A chuva já não seria mais problema. A cobertura do Gigante ganhou em extensão com as novas membranas translúcidas.

A capacidade foi reduzida para um público de cerca de 64.500 pessoas, mas houve compensação. Novas opções de lazer no próprio estádio foram criadas para os visitantes, como a esplanada de 80 mil m², bares e lanchonetes, além do Museu Brasileiro do Futebol.

Alguns percalços no meio do caminho, porém, mostravam que nem tudo "eram flores" na tão falada reformulação do estádio. Em 2011, por exemplo, operários se mobilizaram e paralisaram a obra no estádio por mais de uma vez por melhores condições de trabalho e salários. Em novembro de 2012, foi a vez da Justiça Federal de Minas Gerais bloquear bens de membros do escritório de arquitetura e do governo responsáveis pela reforma do estádio. O motivo: ilegalidade em um contrato de R$ 17,8 milhões, feito sem licitação.

Outras irregularidades na obra e o contrato até hoje são alvos de críticas. E até mesmo a criação de uma CPI para investigar o fato chegou a ser cogitada, mas a ideia acabou não indo adiante.

No meio de todos esses problemas, porém, o torcedor mineiro tinha um motivo para se orgulhar. O estádio era o segundo a ficar pronto para o Mundial.

Três de fevereiro de 2013. Após tanto tempo de espera, enfim, era chegada a hora do reencontro. Nem Brasil, nem Inglaterra, ou nenhuma outra seleção. Para o despertar do Gigante "adormecido", nada melhor do que um Cruzeiro x Atlético: a representação fiel do templo maior do futebol mineiro.

Dividindo igualmente as arquibancadas, alvinegros e celestes estavam novamente em casa. O Cruzeiro venceu o Atlético por 2 a 1, mas o placar não importava. Naquele dia, tudo era festa. O Mineirão de novo era "nosso".

 

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