Mineiro, Laboratório São Marcos investe R$ 160 milhões

Quando começou, há 76 anos, o conceito de laboratório de porta para a rua não existia. Por isso, o médico mineiro Edgar Cerqueira iniciou seu negócio dentro do consultório. Os filhos se encarregaram de fazer o processo de crescimento de três lojas em Belo Horizonte para 70 unidades – sendo 58 na capital mineira, uma em Contagem e 11 em São Paulo. “Nosso planejamento é chegar em 2021 com a receita em torno R$ 600 milhões. Neste ano vamos fazer R$ 160 milhões (no faturamento)”, calcula o diretor executivo do Laboratório São Marcos, Ricardo Dupin, 46.

Para isso, a empresa mineira tem planos de novas aquisições de empresas em outras regiões metropolitanas do país. Recentemente, concretizou duas aquisições: da empresa de diagnóstico por imagem Elcordis, na região metropolitana de Belo Horizonte; e do Lab Hormon, na região metropolitana de São Paulo. “Estamos olhando em São Paulo. Mas o foco é o Sudeste e o Nordeste do país”, informa o médico.

Além disso, mira no crescimento orgânico da empresa em Belo Horizonte que, antes, só possuía análises clínicas e vacinas. “Não tínhamos exame de imagem, e o mercado de imagem na região metropolitana de BH é mais ou menos do mesmo tamanho do de análises clínicas em termos de receita. Trinta por cento dos clientes de exame de laboratório têm pedido de exame de imagem”, explica o executivo. Assim, parte dos R$ 600 milhões da receita futura do São Marcos – cerca de R$ 250 milhões – sairá dos negócios que a companhia tem na capital mineira.

Outros R$ 150 milhões do faturamento serão referentes ao negócio B2B (bisiness to business) que é feito entre empresas, pois o São Marcos faz exames de laboratórios para outras empresas que não possuem a escala necessária. E, para a composição final, Dupin projeta a receita de outros R$ 200 milhões originários das aquisições de outras empresas.

Até 1º de junho, o São Marcos deve anunciar mais uma compra. “Estamos em fase avançada de negociações com outros dois laboratórios de serviços de diagnóstico, também em 2017”, conta.

Contratações e capital. Com mil funcionários, o Laboratório São Marcos vai passar para 2.300 colaboradores em 2021. “As contratações no grupo vão envolver todas as regiões do país onde o São Marcos estiver”, explica Dupin. Para ele, a maior demanda de pessoal é na ponta do negócio, na loja.
Dupin conta que está em curso um “plano de nacionalização da empresa para replicar um modelo que deu certo em Belo Horizonte e capturar receitas de novos mercados”.

Para isso, serão investidos R$ 160 milhões entre os anos de 2017 e 2021, sendo que R$ 40 milhões serão somente neste ano. Parte do dinheiro a ser investido é de capital próprio gerado pela própria empresa, e parte vem de alavancagem com capital de terceiros (bancos).

Dupin explica ainda que a intenção da família é continuar com o negócio. “Por isso, a ideia foi não vender uma parte da empresa para um fundo de investimento nem abrir capital na Bolsa”, conta o médico.

Por mês

Área técnica faz 1 milhão de exames

A área técnica de análises clínicas do Laboratório São Marcos, que fica no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, também passa por investimentos. Em 2016, a empresa aumentou em quatro vezes a capacidade operacional com o objetivo de atender a demanda futura das empresas adquiridas e o negócio de B2B.

“Estávamos fazendo 800 mil exames por mês e quadruplicamos para 3,3 milhões a capacidade produtiva. Atualmente, estamos fazendo 1 milhão de exames por mês”, conta o diretor executivo do São Marcos, Ricardo Dupin.

Também houve um investimento de R$ 13 milhões para a compra de equipamentos da área técnica, que tem 70% tem automação total. (HL)