O piloto do helicóptero da empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), Rogério Almeida Antunes, afirmou no depoimento à Polícia Federal do Espírito Santo (PF), na última segunda-feira, ao qual O TEMPO teve acesso, que sabia que transportava mercadoria “ilícita” na aeronave. A declaração é contrária ao que afirma seu advogado, Nicácio Tiradentes, que nega que seu cliente sabia do frete ilegal.
Além da versão contraditória entre piloto e advogado, Rogério e o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior também deram explicações diferentes à PF.
Rogério disse que foi “pressionado” pelo copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior a aceitar o transporte e que receberia R$ 106 mil pelo frete, mais as despesas com o helicóptero.
Por sua vez, o copiloto afirmou que o valor do frete prometido a ele por um terceiro era de R$ 60 mil, que seria dividido com Rogério quando retornassem.
Alexandre negou que soubesse que a aeronave transportava droga, “pois o bagageiro estava trancado” quando ele entrou no helicóptero. No entanto, ele reconheceu que não é um “comportamento normal” aceitar qualquer tipo de frete sem saber o que é transportado.
Trajeto. Ainda de acordo com os depoimentos prestados na última segunda-feira à Polícia Federal, o piloto Rogério Antunes afirmou que os 445 kg de cocaína foram carregados em uma localidade próxima a Avaré, no interior paulista. A aeronave, segundo ele, fez duas paradas para abastecimento. No Campo de Marte, em São Paulo, e em Divinópolis, na região Centro-Oeste.