São Paulo. “A Conquista do Brasil” retrata o primeiro século do país em tom de história de horror, com sangue escorrendo e corpos decepados. O livro do escritor e jornalista Thales Guaracy (editora Planeta, 256 págs., R$ 39,90) não economiza nos detalhes mórbidos ao narrar o processo de dominação imposto por Portugal.
O Brasil, diz o autor de 51 anos, “não foi descoberto ou ocupado, mas sim conquistado em um século de luta, que culminou no extermínio de índios no litoral. Meu interesse inicial era entender a origem de nossos problemas, os motivos de o Brasil ser o que é hoje. Como na psicanálise, às vezes precisamos voltar às origens. Quis fazer isso, narrando de uma perspectiva realista”, diz.
Ex-repórter e editor de revistas como “Veja”, “Exame” e “Playboy” e ex-diretor editorial do selo literário Benvirá, da Saraiva, Guaracy se dedica hoje aos livros que escreve – é autor de 20 títulos, entre ficção e não ficção. O lançamento integra um filão de sucesso nos últimos 15 anos, o dos livros de divulgação histórica, que não necessariamente apresentam interpretações e fatos novos, mas narram temas centrais do país de forma acessível. Maior sucesso desse gênero, o jornalista Laurentino Gomes, autor de “1808”, assina o prefácio de “A Conquista do Brasil”.
Dele, Guaracy tomou emprestado o formato de subtítulo bem-humorado que resume os fatos do livro. No caso em questão: Como um caçador de homens, um padre gago e um exército exterminador transformaram a terra inóspita dos primeiros viajantes no maior país da América Latina. João Ramalho é o degredado caçador de índios; o padre gago, o jesuíta Manoel da Nóbrega; e o Exército exterminador foi formado pelo governador-geral Mem de Sá para uma guerra acirrada contra os índios.