Antes de aportar na Funarte MG, onde poderá ser visto a partir desta sexta-feira (23), o trabalho “Fiotim: O Museu em Movimento”, de Jorge Fonseca, circulou durante dois meses e meio, em 2016, por diversas cidades mineiras que margeiam o rio São Francisco. “São lugares onde não existem museus nem acontecem eventos artísticos dessa natureza. E as pessoas me receberam com muito carinho”, conta o artista mineiro, que propõe uma espécie de mostra itinerante com esse projeto criado em 2014.
Tudo começou durante uma visita a Brumadinho, onde encontrou-se com seu primo e, em uma conversa, este comparou a presença de milhares de pessoas no Instituto Inhotim a uma espécie de romaria. Esse paralelo, de acordo com Fonseca, ficou em sua mente e foi o que o inspirou a conceber o “Fiotim” – desenhado para reunir uma versão em miniatura do conteúdo artístico exposto em Inhotim.
“Eu pensei naquelas pessoas que acompanham os romeiros e vendem imagens no caminho. Minha primeira ideia, então, foi fazer uma barraquinha de réplicas de Inhotim e vender na porta, como uma ação artística. Mas depois eu resolvi transformar isso em outra coisa; comprei um trailer, comecei a enfeitá-lo e a levar esse repertório de replicas comigo”, diz o artista.
Foi nesse momento que surgiu o personagem Jorge K, encarnado por Fonseca, e descrito como um “camelô e arteiro-viajante”. “Ele ironiza e quer brincar com tudo isso que representa o sistema da arte, o mundo dos museus e das galerias. Ele meio que subverte alguns modelos predominantes e apresenta a arte de uma outra forma. Por que a relação tem que ser sempre muito séria? Em vez disso, ele traz uma atitude irônica e brincalhona”, completa Fonseca.
Serviço. “Fiotim: O Museu em Movimento”; de 23/3, às 19h30, até 6/5; de 4ª a dom., das 14h às 22h. Funarte MG (rua Januária, 68, centro). Entrada gratuita.