A arte fotográfica vem conquistando espaço crescente em exposições, coleções particulares e institucionais, o que tem expandido sua valorização nos contextos local e internacional também. Nesse cenário, o Festival de Fotografia de Tiradentes, que está em sua sétima edição e vai começar nesta quarta-feira (22) com programação até domingo, é uma oportunidade para se refletir sobre este momento, por meio de encontros e bate-papos, além de uma diversidade de ações centradas na produção artística contemporânea.
Eugênio Sávio, idealizador do evento, ressalta, por exemplo, o workshop com a editora, produtora e empresária Mônica Maia, que entre quinta e sexta-feira, vai tratar do tema “Das Mídias Tradicionais para a Galeria: Novos Caminhos da Fotografia Documental”. No encontro, ela deverá abordar os processos de elaboração de um projeto expositivo. “Esse será um dos momentos oportunos para se discutir esse movimento na fotografia. Ela tem uma experiência como galerista ligada à fotografia documental, representando vários fotojornalistas, e vai abordar justamente como o fotojornalismo pode se reinventar hoje”, afirma Sávio.
Além dela, outros nomes, como Márcia Charnizon, Joaquim Paiva, Edu Simões, Valdemir Cunha e Eder Chiodetto e Fabiana Bruno, entre outros, vão promover cursos breves, que abrangem desde a fotografia de viagem, no caso de Cunha, até a reflexão sobre edição e coleção, a ser apresentada por Paiva.
Será oferecida também uma série de palestras gratuitas, com diversos convidados, a exemplo de J.R. Duran, que vai realizar o lançamento do sétimo volume da “Rev. Nacional” e detalhará a proposta editorial da publicação, na sexta-feira. Nesse mesmo dia, Rogério Assis vai falar de seus trabalhos mais recentes, e a espanhola Cristina de Middel vai compartilhar parte de sua trajetória com o público no sábado.
Dessa forma, Sávio observa a possibilidade de o festival contemplar tanto os profissionais já especializados quanto os leigos interessados em saber mais a respeito dos assuntos ligados à fotografia. “Nosso maior público hoje não é de fotógrafos profissionais, mas de apaixonados, em amplo sentido, pela área. Quem a gente mais estimula, por meio de nossa curadoria, são as pessoas que estão buscando na fotografia uma forma de expressão”, acrescenta ele.
As exposições, que constituem outro braço importante do evento, vão reunir diferentes perspectivas. Um dos destaques é a mostra “Oriente Risco”, que teve curadoria de Pedro David, João Castilho e Gabriela Sá e traz um conjunto de obras produzidas por artistas do Nordeste. “Ela é fruto de uma parceria com um grupo do Ceará que faz um evento anual chamado Encontro de Agosto. No ano passado, eles fizeram uma convocatória de artistas, e o Eugênio Sávio, inclusive, integrou a equipe que fez a seleção. Ele, então, convidou a gente para fazer um recorte da mostra que foi montada lá. Mas em vez de pegar um pedaço do que foi visto no Ceará para Tiradentes, nós propomos a concepção de uma nova mostra a partir daquele conteúdo”, diz David.
Dentre as características das criações dos artistas representados, ele sublinha a busca pela experimentação como algo comum. “Nós priorizamos projetos que tinham uma motivação em criar novas linguagens e, portanto, uma carga experimental maior”, pontua ele. Outras mostras que vão estar em cartaz são “Dias Comuns”, de Paula Huven, e “Caminhos para Conservação”, de Érico Hiller e João Marcos Rosa, que são da “National Geographic Brasil”.
Agenda
O quê. Abertura da sétima edição do Festival de Fotografia de Tiradentes
Quando. Desta quarta-feira (22) ao dia 26
Onde. Centro Cultural Yves Alves (rua Direita, 168, Tiradentes)
Quanto. Com exceção dos workshops, as atividades são gratuitas
Programação completa. www.fotoempauta.com.br/festival2017