Acredite ou não, em 2016, repúblicas femininas nos EUA ainda não podem promover suas próprias festas. As meninas são obrigadas a ir nas festas dos meninos, onde correm o risco de serem violentadas por estupradores que botarão a culpa no vestido delas (assista ao documentário “The Hunting Ground” na Netflix. É revoltante).
Fazer um filme em que as garotas contestam esse absurdo e decidem criar um ambiente seguro para botar pra quebrar é um dos méritos de “Vizinhos 2”, que estreia hoje. O detalhe é que eles encontram esse lugar na casa ao lado do casal Mac e Kelly (Seth Rogen e Rose Byrne) que, prestes a ter a segunda filha, veem a necessária venda de sua casa ameaçada pelo direito legítimo das meninas de encherem a cara e não estudar.
E o feminismo do longa do diretor Nicholas Stoller (o mesmo do primeiro) não acaba aí. Para ajudá-los nessa guerra, os protagonistas recrutam Teddy (Zac Efron), seu nêmesis no longa anterior. Expulso de casa quando o amigo Pete (Dave Franco) decide casar com o namorado, ele descobre que a única coisa de que entende na vida é república e se torna uma espécie de consultor do casal.
Isso significa, na verdade, que Efron vive no longa o papel que seria de Cameron Diaz 15 anos atrás. Ele é o gostosão burro e objetificado que todos querem comer e que passa 90% do filme seminu. E ao abraçar a gloriosa estupidez do personagem, é a melhor coisa de “Vizinhos 2”.
Tornar Teddy, uma ameba musculosa, em um ser humano minimamente funcional é a resposta à dúvida de Mac e Kelly sobre sua competência como pais. Essa consistência temática – assim como a ideia de que igualdade não é garotas serem o mesmo que os meninos, e sim o que elas bem entenderem – compensa pela estrutura frouxa do roteiro, com algumas situações forçadas demais simplesmente pela piada.
E se uma comédia feminista e gay-friendly não é o bastante para você (reveja seus conceitos), não se preocupe: piada é o que não falta. Escatológicas, físicas, explorando o racismo (não perca às referências a Bill Cosby e à violência policial), o sexismo e a hipocrisia dos EUA – e especialmente, envolvendo maconha. São muitas piadas envolvendo a planta favorita de Marcelo D2, inclusive uma guerra do tráfico à la “Breaking Bad”. Resumindo: “Vizinhos 2” não é uma obra-prima, mas se você gosta do primeiro, de feminismo, casamentos gays, marijuana ou Zac Efron sem camisa, vai valer o ingresso. Se não, bem, como diria Billy Wilder, ninguém é perfeito.
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Longa é versão feminista e gay- friendly do original
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