RIO DE JANEIRO. É difícil dissociar: Chris O’Donnell ainda é lembrado como o Robin (de “Batman Eternamente”, de 1995, e “Batman & Robin”, de 1997), enquanto LL Cool J continua sendo o rapper de hits como “Doin’it” e “I’m Bad”. Mas é bom lembrar que a dupla também protagoniza “NCIS: Los Angeles”, parte de uma das franquias de maior sucesso da TV norte-americana, cujo novo ano é exibido aos sábados, às 22h25, no A&E.
Encarnando os agentes especiais G Callen e Sam Hanna, O’Donnel e LL Cool J vivem um dos maiores bromances da TV norte-americana. Enquanto caçam criminosos e tentam preservar a segurança da nação, seus personagens desenvolveram uma profunda amizade. E essa química, eles garantem, se dá também fora das telas.
“Nós somos muito diferentes, mas muito parecidos”, diz LL Cool J, alter ego de James Todd Smith, durante um intervalo nas gravações da série nos estúdios da Paramount, em Los Angeles. “Chris gosta de golfe, eu prefiro boxe. Sabe? São mundos diferentes, mas a gente se deu muito bem desde o começo”, conta.
E o começo faz é tempo. Desde a estreia do spin-off do megassucesso “NCIS”, já foram oito temporadas, num total de 184 episódios.
“LL e eu não somos os únicos a ter uma boa relação no set”, corrobora O’Donnell. “Todo mundo no elenco e na equipe se dá muito bem. É realmente um lar longe de casa, passamos muito tempo juntos. Acabamos virando uma família. Pessoas casaram, bebês nasceram, pessoas morreram”, lembra-se.
A oitava temporada da série, que começou com a substituição do showrunner Shane Brennan pelo roteirista Scott Gemmil, sofreu um grande baque. O ator Miguel Ferrer, que viveu Owen Granger, morreu em janeiro deste ano aos 61 anos, vítima de câncer.
“Miguel ficou doente anos atrás, por isso o seu personagem foi envenenado na série, para que ele pudesse se tratar, e então ele acabou melhorando”, conta Gemmil, emocionado. “Miguel e eu éramos muito próximos, inclusive éramos vizinhos. Mesmo quando voltou a ficar mal, queria continuar trabalhando, porque ele faz parte da realeza de Hollywood (ele é filho do ator vencedor do Oscar José Ferrer e da cantora Rosemary Clooney, e primo de George Clooney). Eu não estava pronto para escrever a despedida do personagem dele, confesso, mesmo que estivéssemos preparados para isso por causa da longa doença. Mas Miguel foi um baterista fantástico, e pouca gente sabe disso. Ele tocou na Two Sides of The Moon, banda de Keith Moon, o baterista do The Who. A banda dele, The Jenerators, fez uma versão de ‘Knockin’ on Heaven’s Door’, do Bob Dylan, e usamos essa faixa para homenageá-lo no episódio”, conta.
Temporada. Nesta temporada, assuntos atuais, como a guerra na Síria, servem de pano de fundo para as missões de G. Callen e Sam Hanna. Mas, segundo Gemmil, a intenção da série não é falar sobre política, nem mesmo num momento conturbado como o atual.
“Precisamos deixar claro que esta é uma série contada de um ponto de vista ocidental”, explica LL Cool J. “E não tem nada errado com isso. Isso não significa que haja apenas uma visão de um mundo, uma religião possível, um tipo de passaporte válido, uma ideologia que importe. É apenas o mundo em que aqueles personagens vivem”, diz.