São Paulo. Termina hoje a 14ª edição do “Big Brother Brasil” (Globo). O programa, que apresentou poucas novidades e polêmicas, acaba, no entanto, com uma final inédita, disputada por três mulheres: Angela, Clara e Vanessa. Na história do “BBB”, apenas quatro vezes uma mulher foi a grande vencedora. Elas levaram a melhor nas edições 4, 6, 11 e 13, quando Cida, Mara, Maria Melilo e Fernanda, respectivamente, comemoraram a vitória.
Mas as finalistas não disputam a decisão por acaso. Desde o começo, Angela aparece entre os favoritos em pesquisas. Com seu jeito meigo e misterioso, ela conquistou a cada exibição o carinho dos fãs. Já as divertidas Clara e Vanessa começaram a fazer sucesso depois que assumiram um romance, o primeiro entre mulheres de todas as edições. Em um “BBB” que, em seu desfecho, torna-se imprevisível, tudo pode acontecer. E as três disputam o prêmio em iguais condições.
Sem empolgar. A atração não chegou a empolgar o público e está com a audiência em baixa. De acordo com o autor do “Almanaque da Telenovela Brasileira”, Nilson Xavier, o principal motivo para o programa não ter decolado é a fórmula de disputa. “Acredito que haja um desgaste natural, um cansaço da fórmula apresentada há anos. Não há como segurar audiência quando não há novidades”. Nesta edição, o diretor J.B. Oliveira, o Boninho, tentou mudar os rumos do jogo colocando na casa mães e tias dos participantes. Segundo ele, essa seria “a maior surpresa do ‘BBB’ mundial”. Porém, a iniciativa já havia sido usada na Grécia.
Para o especialista do Museu da TV Elmo Francfort, o público não embarcou no reality show pela falta de carisma dos participantes. “Acredito que o público não tenha se identificado com o pessoal da casa. E os dois pilares de um reality show são o conflito e a busca pelo desconhecido. São fatores fundamentais que atiçam a curiosidade do público e o fazem acompanhar até o fim”, avalia.
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Ibope. A edição 14 do “BBB” tem tudo para amargar a pior média de ibope de todos os tempos do reality show. Com 21,8 pontos até o dia 23 de março, fica em último lugar, atrás do “BBB 13”, que fechou com 23,8. Os domingos de formação de paredão têm os piores índices de toda a semana, com média de pouco mais de 13 pontos.
Apesar disso, o programa ainda bomba na internet, ficando sempre entre os assuntos mais comentados nas redes sociais e as reportagens mais lidas nos sites. Quem agradece é Silvio Santos, que viu seu programa superar três vezes a Globo, nos dias 9, 16 e 23.
De acordo com Claudino Mayer, doutor em teledramaturgia pela Universidade de São Paulo (USP), para o “BBB” voltar a ter um relativo sucesso com os telespectadores, muita coisa precisa ser feita. “Em todas as edições, sempre há tentativas de alterações, mas, até agora, nada surtiu tanto efeito. É preciso algo radical que mexa com as estruturas de quem está assistindo”, analisa Mayer.