A noção de tempo é uma temática que Lais Myrrha identifica como provocadora dos trabalhos apresentados por ela na exposição “Entre–Tempos”, que será aberta hoje na galeria de arte GTO do Sesc Palladium. A mostra, escolhida para encerrar a programação deste ano da instituição, traz uma série de vídeos (“Not Yet”, e “Compensação de Erros”), desenhos (“Compensação de Erros”), impressões (“Reconstituição”) e instalação (“Teoria das Bordas”), nos quais a possibilidade de se experimentar diferentes temporalidades é ressaltada.
“A questão de transitoriedade está ligada com a percepção de que as coisas estão em acontecimento. Ou seja, não se trata apenas de reconhecer como os eventos hoje em dia estão cada vez mais fugazes e tudo parece que se passa mais depressa. Embora essa sensação seja real, esses trabalhos dialogam também com a ideia de que é possível se experimentar diferentes formas de tempo”, explica Lais Myrrha.
Com trabalhos produzidos desde 2007, a exemplo de “Teoria das Bordas”, ela frisa que as criações são apresentadas em Belo Horizonte pela primeira vez. Ao lidar com uma variedade de linguagens, Myrrha também observa que a ideia de multiplicidade temporal surge mais palpável.
“A obra ‘Teoria das Bordas’, por exemplo, se modifica ao longo do tempo. Eu coloco sobre o chão dois tipos de pó de pedra, sendo um preto e outro branco. Quando as pessoas andam por ali, essas substâncias se misturam, e uma tonalidade cinza toma conta daquele espaço aos poucos, sendo impossível voltar ao que era antes”, detalha Myrrah.
“Já Em ‘Not Yet’, o tempo aparece abordado de outra maneira. Eu filmei o momento em que uma televisão é ligada. Os frames produzidos foram na edição estendidos, dando a impressão de uma passagem dilatada”, acrescenta ela.
Serviço. “Entre–Tempos”, de Lais Myrrha. De hoje a 11/1/15, na galeria de arte GTO do Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro). De 3ª a dom., das 9h às 21h. Entrada franca.