As primeiras expressões modernistas relacionadas à capital mineira, a partir da década de 20, são o foco da mostra “Horizonte Moderno”. Montado no Centro Cultural Minas Tênis Clube, o projeto expositivo ainda contempla ações que se sucederam até 1940, permeando movimentos nos segmento da literatura, das artes visuais e da arquitetura, principalmente. Entre as obras, está o trabalho de Zina Aita (1900 - 1967), ressaltada por ser uma das primeiras artistas a ter uma exposição individual de arte moderna do início daquele período.
“Nós procuramos pensar o modernismo por meio de diversas manifestações, linguagens e tipologias de acervo. Nos anos 20, há um protagonismo da literatura, com a presença de uma produção muito importante. Mário de Andrade é um autor já relevante nesse momento e dialoga com diversos outros escritores modernos, entre eles mineiros, como Drummond”, diz Fabíola Moulin, curadora da exposição ao lado de Marconi Drummond.
Ela frisa que, a partir da década de 30, começa-se a notar, em Belo Horizonte, uma reverberação maior daquelas ideias na arquitetura também. “Percebe-se, aos poucos, o abandono do ecletismo e de um conservadorismo maior que vigorava. Surge a construção de edifícios ‘art déco’, enquanto há ações mais efetivas nas artes visuais”, acrescenta.
Para reconstruir esse panorama histórico e cultural, foram reunidos objetos, pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, documentos e as primeiras edições de livros e revistas, além do manuscrito do título “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade.
“Nós expomos uma série de esculturas de José Pedrosa e Jeanne Milde. Há também algumas telas de Guignard, como a Família do ‘Fuzileiro Naval’ e ‘Noite de São João’”, acrescenta Moulin.
Serviço. Mostra “Horizonte Moderno”, no Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244, Lourdes). Até 14/2/16, de 3ª a sáb., das 10h às 20h, e dom., das 11h às 19h. Entrada gratuita.