Com 2,8 milhões de ingressos já vendidos antes mesmo de chegar aos cinemas, a versão cinematográfica da novela “Os Dez Mandamentos” estreia nesta quinta em mais de mil salas, de acordo com a distribuidora Paris Filmes. Os números seriam ainda mais impressionantes se não viessem acompanhados da informação de que muitos fiéis obtiveram seus bilhetes gratuitamente em templos da Igreja Universal do Reino de Deus. O fundador da igreja, o bispo Edir Macedo é dono da Rede Record, produtora do filme. Questionada, a Universal nega envolvimento direto na compra de bilhetes.
FILME. Não havia milagre que pudesse evitar sacrifícios da adaptação das 161 horas de novela para duas de filme. O resultado é um longa-metragem cujo roteiro se limita a seguir o script bíblico em torno de Moisés (Guilherme Winter) e do faraó Ramsés (Sérgio Marone), sem as tramas paralelas e liberdades ficcionais que seguraram a história por oito meses no ar.
Assim, ficam para trás alguns dos personagens e interpretações mais interessantes de “Os Dez Mandamentos”, como a vilã Yunet (Adriana Garambone), cujas maldades movimentaram a trama na televisão.
Mesmo com roteiro resumido, o filme precisou da locução do sucessor de Moisés, Josué (Sidney Sampaio), para amarrar a trama, que tem 15 minutos dedicados às pragas do Egito e dez à abertura do mar Vermelho, sequência que foi recorde de audiência na telinha. O longa ainda ganhou o verniz de um novo acabamento para os efeitos especiais, encomendados a um estúdio em Los Angeles, para segurar a onda na tela grande.