Brasília. As empresas que foram citadas nas investigações da operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada, negam irregularidades e ressaltam que suas práticas seguem padrões éticos e de obediência às leis.
A operação desarticulou um esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), órgão responsável pelo julgamento de recursos administrativos de autuação promovidas pela Receita Federal. Esse conselho é ligado ao Ministério da Fazenda.
As investigações, que começaram em 2013, apontaram que grupos de servidores estariam manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos no conselho. A investigação estende-se sobre julgamentos suspeitos na ordem de R$ 19 bilhões, com prejuízo já apurado de R$ 5,7 bilhões para os cofres públicos.
A Light, distribuidora de energia do Rio de Janeiro e que é controlada pela Cemig, disse ter sido “surpreendida” com a notícia de que estaria sendo investigada por suspeita de negociar ou pagar propina para apagar débitos com a Receita. Em breve nota, a companhia informou não ter sido notificada sobre a investigação, e reiterou que “sempre agiu e sempre agirá na forma da lei”.
A BRF, que controla as marcas Sadia e Perdigão,também informou em nota que “todas as práticas relacionadas a suas atividades se pautam estritamente pela ética e pelo cumprimento da legislação brasileira e as de todos os países onde atua”. Ainda lamentou “ter seu nome exposto em lista de origem desconhecida”.
Também alvo da operação, a Marcopolo já havia informado, em nota, nesse domingo, dia 29, “que desconhece a investigação”.
Além disso, alegou manter um “programa de compliance que assegura rigorosos padrões éticos e legais na condução de todos os seus relacionamentos com entes da administração pública brasileira”.