CINEMA

Cine Humberto Mauro apresenta mostra dedicada ao diretor espanhol Victor Erice

Realizador é responsável por clássicos como "O Espírito da Colmeia", que retrata a Espanha do pós-guerra

Por Paulo Henrique Silva
Publicado em 07 de maio de 2024 | 11:23
 
 
 
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O Cine Humberto Mauro apresenta, a partir desta terça-feira (7), mostra dedicada a Victor Erice, um dos maiores diretores da Espanha, responsável por clássicos como “O Espírito da Colmeia”. Serão realizadas sessões gratuitas durante os meses de maio e junho,com a exibição de curtas-metragens do início da carreira do cineasta, além de seu último filme, “Fechar os Olhos”, lançado em 2023 e aclamado pela crítica especializada. 

O público poderá assistir, sempre às terças-feiras, a partir das 20h, a um filme do “Ciclo Víctor Erice”. A programação começa com “O Espírito da Colmeia”, de 1973, e termina em 11 de junho, com “Fechar os Olhos". 

A mostra  propõe apresentar o trabalho de Erice de forma ampla, desde os trabalhos para a Escola de Cinema e seus curtas até os longas mais conhecidos do realizador. Além da exibição dos filmes, haverá duas atividades formativas e uma entrevista exclusiva com o cineasta espanhol Jaime Chávarri, mediada por Victor Guimarães, crítico, programador e professor de cinema. 

Mesmo com uma pequena filmografia, Erice é reconhecido mundialmente. Seu último longa, lançado 30 anos depois do anterior, foi um marco no mundo do cinema, com estreia mundial na sessão Cannes Première do 76º Festival de Cinema de Cannes. Ao longo da vida, o diretor recebeu homenagens em Locarno, foi membro do Júri de Cannes, além de ganhar os prêmios do Júri e da Crítica no Festival.

No dia 14 de maio, será exibido “Os Desafios” (1969), que aborda como situações que parecem normais da vida podem acabar em surtos de violência. Em seguida, na próxima terça, o Cine Humberto Mauro projeta “O Sul” (1983): a obra desenvolve um retrato de uma família na Espanha dos anos 1950, sob o olhar da jovem Estrella, uma menina obcecada pelos segredos do sul do país. 

Na última sessão de maio, o público pode conferir o documentário “O Sol de Marmelo” (1992), ganhador dos prêmios do Júri e da Crítica no Festival de Cannes, além de figurar na lista dos 50 maiores documentários de todos os tempos pela revista britânica “Sight & Sound”. A obra acompanha o processo de composição de um quadro do pintor Antonio López (o passar dos dias e o cotidiano das pessoas e das coisas).

O média-metragem “Os Dias Perdidos” (1963), realizado por Víctor Erice na Escola Oficial de Cinematografia da Espanha, como projeto de licenciatura, será exibida no dia 4 de junho. Esta é uma das primeiras obras dirigidas pelo cineasta. E neste penúltimo dia de exibição acontece mais uma atividade formativa: João Dumans apresentará uma palestra comentando o trabalho do espanhol. 

“A gente está muito feliz com esse ciclo, porque é uma parceria com o Instituto Cervantes, uma instituição com a qual já colaboramos várias vezes, então é muito interessante fazer essa celebração da cultura espanhola, em um novo modelo de programação. Normalmente planejamos as mostras para vários dias seguidos, mas para o Víctor Erice estamos apostando nas sessões semanais. Acredito que, assim, as pessoas vão ter mais oportunidade de se planejar e ter mais tempo para refletir e decantar cada filme”, reflete Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e programador da mostra.

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