A chance de passar despercebido por alguns deles é bem grande, afinal, muitos desses endereços estão escondidos em ruas residenciais ou, de tão pequenos, “somem” em meio a outros tantos estabelecimentos já conhecidos. Mesmo sendo a capital dos bares e de restaurantes com cozinha internacional reconhecida, Belo Horizonte provou, mesmo durante a pandemia do coronavírus, que é um prato cheio para quem deseja encontrar novos endereços que estão fora do circuito gastronômico tradicional.
No bairro Estrela Dalva, por exemplo, os irmãos Hermes e Christian recebem com entusiasmo, em sua própria casa, clientes que estão à procura de pratos peruanos autênticos e exclusivos. Assim acontece também com O Paladar Cubano, que recria de maneira fiel os clássicos “paladares”, restaurantes improvisados em Cuba, dentro da casa do próprio chef de cozinha. Destacamos, a seguir, as boas novas que vão além das legítimas massas frescas italianas ou dos franceses estrelados e conhecidos, que funcionam como um espaço de registros sobre ingredientes, tradições e pessoas de outros países.
Laroche
Você já deve ter ouvido falar no chef e pâtissier Florian Laroche como sócio do La Bastille, uma pequena creperia e patisserie na Savassi que visava democratizar a culinária francesa. Com a morte do seu sócio e amigo Guy Ferchouli, ele encerrou o negócio, em 2019, e abriu, há um ano, o Laroche, uma portinha, também na Savassi, onde reproduz receitas da confeitaria francesa. O local é um convite para se deliciar e se fartar logo pela vitrine, repleta de macarons, mil-folhas, entremets, creme brûlée e tortinhas – os preços dos doces variam de R$ 4 a R$ 18 –, além dos clássicos crepes franceses (de R$ 14 a R$ 29), com opções salgadas, vegetariana e doces, como o Arc De Triomphe, feito com ovo e presunto parma.
“Sempre tem uma boa desculpa para comer um doce! Alegrar o dia, comemorar, se presentear ou presentear os outros”, disse o chef, natural de Nancy, região da Lorraine, na França. Laroche Pâtisserie Crêperie Rua Sergipe, 1.145, Savassi. (31) 3567-2199
Miski Mikuy
Miski Mikuy significa “comida gostosa” em quíchua, língua indígena ainda falada por muitos povoados da América do Sul. O nome não poderia ter sido outro para batizar o simples e agradável restaurante, fiel às tradições gastronômicas peruanas, que fica no bairro Estrela Dalva. O local, inaugurado em novembro do ano passado, está localizado em uma portinha bem escondida, que também é a residência de Hermes e Christian, dois irmãos batalhadores que vieram de Huancavelica, uma das cidades de maior índice de pobreza do Peru, e que chegaram no Brasil há sete anos.
Na cozinha, Hermes é quem comanda, enquanto Christian recebe os clientes, gerencia a casa e prepara os drinks clássicos, como o pisco sour (R$ 18). Cardápio enxuto com ceviches (R$ 34,90), causas rellenas (R$ 23,90), anticuchos (R$ 25,90), lomo saltado (R$ 34,90) e outros clássicos, além de sobremesas (de R$ 10 a R$ 16,90). Rua Barroso Neto, 273, Estrela Dalva. (31) 98504-2059
O Paladar Cubano
Em Cuba, “paladares” são pequenos restaurantes que funcionam dentro da casa do próprio cozinheiro, com seus familiares, atendendo poucas e pequenas mesas. É justamente essa autêntica cozinha que chegou recentemente a BH, mais precisamente em setembro deste ano, no Cidade Jardim: O Paladar Cubano.
O local, comandado pelo chef cubano Julio Escaloni, que mora na capital mineira há 13 anos, procura reproduzir o mesmo modelo do pequeno negócio em Cuba, em decoração, trilha sonora temática, além de bebidas e pratos típicos, como o Clássico (R$ 24,90), que acompanha moros y cristianos (arroz e feijão-preto cozidos com especiarias), tostones (banana frita), mandioca com molho de alho e pernil grelhado com molho cubano, e Ropa Vieja (R$ 25,90), com carne de boi desfiada com molho de tomate, azeitonas e pimentão, tostones, arroz branco e milho cozido com manteiga. Rua Conde de Linhares, 924, Coração de Jesus. (31) 99266-0354
Nem tão novos, mas que valem a visita
A cidade ainda está repleta de pequeninos estabelecimentos nem tão novos assim, sobre os quais “poucos e bons” têm conhecimento. Na Savassi, há o pequeno e aconchegante Pasta Lab, do chef Simone Paratella, que finaliza receitas clássicas italianas diretamente de um balcão e em frente aos clientes.
Já no clássico edifício Malleta, no centro de BH, uma comida autoral e africana pode ser degustada no Nesganega Africando, mas que, recentemente, anunciou os serviços somente via delivery. Já as famosas samosas (pastéis recheados) e massalas (misturas de temperos) que marcam a inconfundível cozinha indiana podem ser encontradas no legítimo Buffet Bhagwan, no bairro Sagrada Família. (LKM)