A disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados no ano que vem tem agitado os bastidores da esquerda governista em Minas. De um lado, a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, e, do outro, a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira. As duas postulam candidatar-se a deputada federal pelo PT, mas, por terem o mesmo público e base eleitoral – sindicatos da educação e servidores da área –, a questão evoluiu para uma celeuma.

Tendências internas do partido, assessores e até movimentos sociais ligados ao PT já se posicionam na escolha de um dos nomes. Apoiada pelo próprio governador Fernando Pimentel (PT), Macaé Evaristo é considerada favorita a conquistar a vaga. Com mais tempo na política partidária, ela é bem-vista pelo primeiro escalão do governo e é bem avaliada por professores e ativistas da educação.

Já Beatriz Cerqueira conta com o apoio do deputado estadual Rogério Correia (PT), que também deve tentar uma mudança para Brasília em 2018. Coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, ela leva vantagem na militância da juventude petista.

Durante o lançamento da segunda fase do Memorial da Democracia, no Palácio das Artes, na semana passada, toda vez em que Macaé era citada, gritos de parte da plateia ecoavam: “Deputada! deputada!”. Em seguida, na vez de Beatriz ser citada, outra parcela dos presentes também exaltava a sindicalista: “Deputada! deputada!”. Os gritos demonstravam a divisão.

Caso perca a disputa, provável desfecho da cena, Beatriz Cerqueira tentará uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Seria uma espécie de sequência dos trabalhos de Rogério Correia junto aos movimentos sindicais. O petista vai tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. (Lucas Ragazzi)