Quarto lugar

Seleção se despede melancolicamente da Copa em jogo com apito polêmico

Equipe de Felipão mostrou que não se recuperou da goleada sofrida pela Alemanha e foi presa fácil para a Holanda em Brasília

Por DANIEL OTTONI E GUILHERME GUIMARÃES
Publicado em 12 de julho de 2014 | 18:55
 
 
 
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BRASÍLIA (DF). A medalha era só um símbolo, formalidade para a seleção brasileira, que tinha o terceiro lugar como curativo, sutura na ferida quase incurável pela goleada sofrida para a Alemanha. No entanto, o que podia amenizar a dor acabou aumentando-a. Neste sábado, no estádio Nacional, em Brasília, o Brasil perdeu para os holandeses por 3 a 0, gols de Van Persie, Blind e Wijnaldum. Resultado que apenas confirmou um fato sabido por muitos: os pentacampeões não são os mesmos.

Vencer a Holanda era uma forma de terminar a Copa do Mundo dignamente, já que a sonhada final no Maracanã havia ficado apenas no desejo. Mas, no estádio que tem nome de craque, Mané Garrincha, faltou a tão conhecida ginga brasileira. Sobrou garra e raça, que foram insuficientes para levar o Brasil ao resultado favorável.

Mesmo não servindo como desculpa, a atuação do árbitro argelino Djamel Haimoudi colaborou para abalar o psicológico já debilitado dos brasileiros. O trabalho da arbitragem teve influência no placar. O pênalti convertido por Van Persie aos 3 min foi, na verdade, uma falta de Thiago Silva fora da área no “bravo guerreiro” Robben. Lance, inclusive, em que o zagueiro brasileiro, apenas amarelado, merecia o cartão vermelho.

Já o gol de Blind, aos 17 min, contou com falha grotesca de David Luiz – cortou a bola para o meio da área -, mas originou-se de um cruzamento feito por De Guzmán, impedido. Fora pênaltis que poderiam ter sido anotados a favor do Brasil e foram descartados.

Por mais que fosse difícil ver a seleção sendo derrotada na Copa mais uma vez, a torcida fazia o seu papel. Fora de campo os torcedores tentavam empurrar o time de Felipão com gritos de apoio, até ola. Dentro do gramado é que a coisa não estava legal. O Brasil era desorganizado, sem poder de marcação, volantes e laterais inoperantes davam espaços para um adversário inteligente taticamente, que sabe ser ofensivo.

O esquema canarinho, uma das variações da formação 4-3-3, se mostrou falha em campo. Principalmente por não conseguir parar aquele que Luiz Felipe Scolari disse ser o melhor do Mundial: Arjen Robben.

Felipão sozinho não conseguia mudar o panorama de sua equipe. E o treinador recebia apoio de seus comandados, que mais pareciam membros de sua comissão técnica. Durante a partida o comandante teve o auxílio de Marcelo e Dante, que chegaram à beira do gramado durante uma pausa para orientar alguns jogadores. Até o atacante Fred, do banco de reservas, gesticulava como se estivesse tentando ajeitar o posicionamento dos companheiros no gramado.

Isso tudo foi pouco para um time que perdeu identidade sem a presença do se craque, Neymar, lesionado, e que deu provas, mais uma vez, da necessidade de passar por uma reformulação se quiser pintar a sexta estrela na camisa mais vitoriosa do futebol mundial. 

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